A Arena Eurobike é o xodó atual da diretoria do Botafogo, o Estádio Santa Cruz é de memórias fantásticas, mas o botafoguense mais antigo jamais vai deixar de considerar o Estádio Luiz Pereira como “Santuário de Vila Tibério”, por onde desfilaram os maiores craques do futebol brasileiro, jogando contra ou defendendo o Botafogo. Nestas histórias há fatos que os torcedores vivenciaram e outros que ficaram nos bastidores, que, aliás, é um manancial inesgotável de manias e espertezas dos jogadores de futebol.
Concorrência...
Um dos ídolos daquela época foi Nair, que faleceu no ano passado, no Rio de Janeiro, aos 81 anos. Meia-esquerda, ele atuou no Botafogo em 1961 e 1962, onde a concorrência pela posição era duríssima. O time era: Machado; Ditinho, Tatau e Antônio Julião; Henrique e Tarciso; Alex, Silva, China, Nair e Ivan. Nair participou da famosa excursão do “Pantera” pela Argentina. Depois do Botafogo, jogou na Portuguesa (Felix; Cacá, Ditão e Edilson; Pampolini e Vilela; Neivaldo, Ivair, Gino, Nair e Nilson) e no Corinthians (Heitor; Jair Marinho, Ditão, Clovis e Maciel; Nair e Rivelino; Marcos, Nei, Flávio e Gilson Porto).
Henrique...
Com tanta concorrência pela posição, o empresário José da Gama disse à diretoria do Botafogo que Nair era meia, mas jogava também de centroavante, Antoninho tinha acabado de ser vendido para a Itália. Só que no campo Nair tentava aplicar o golpe e dizia para o meia Henrique: “Quando eu sair da área, você entra”. Era uma maneira de ele atuar por alguns momentos na sua posição original e, quem sabe, futuramente tomar a posição do colega. Mineiro de Ubá, nascido em Carangola, desconfiado, daqueles que nunca perdem o trem, Henrique ficou na dele. Nunca entrou na área quando Nair pediu e nem perdeu a posição de titular.