Outro dia, ao ler um artigo de Schubert Persine, no Saudade FC deste Jornal da Vila, sobre o ex-lateral Marinho, do Botafogo, lembrei-me da época em que acompanhei o prematuro encerramento de carreira deste profissional. Pouco antes de deixar o futebol chegou a ser pretendido pelo Flamengo. Era, portanto, início de uma carreira brilhante. Intercalou períodos de titular e reserva do Botafogo de 1973 a 1976, dividindo posição com Ferreira, Polaco e Valdir, numa época em que os laterais tinham que marcar pontas como Edu do Santos, Romeu do Corinthians, Wilsinho da Portuguesa, Ziza do Guarani e outras feras.
O fim de um sonho...
No melhor momento de sua carreira, Marinho começou a enfrentar problema de contusão, dores musculares, afastando-se para tratamento e quando voltava cheio de esperança, as dores antigas se manifestavam novamente. Durante meses, Marinho peregrinou por consultórios, clínicas e laboratórios sem descobrir o mal que o afastava das atividades de campo. E assim foi até o dia em que se viu obrigado a encerrar a carreira prematuramente, desfez-se o sonho que parecia tão perto de se concretizar indo para um time grande. Naquela época o Botafogo perdeu dois laterais, porque Valdir, outro excelente lateral-direito, também encerrou a carreira prematuramente por contusão.
A ajuda de Sócrates...
Marinho passou por uma junta médica no Hospital das Clínicas, uma conquista do amigo Sócrates. Ele sempre se relacionou bem com a imprensa, simpático, sabia fazer amigos. Um dia, depois de muitas idas e vinda, com um misto de alegria pela descoberta e de tristeza pela perspectiva sombria, ao chegar no Estádio Santa Cruz me disse: “Os médicos descobriram o que eu tenho, é uma coisa rara, até o nome é difícil”. Desta conversa saiu a matéria principal do Diário da Manhã com o título: “O mal de Marinho é PSOÍTE”. Assim mesmo, com esta palavra esquisita em caixa alta de lado a lado do caderno de Esportes. Na época deu trabalho para pesquisar, não havia o Google, onde hoje com um simples clicar se descobre que: “Psoíte é a doença inflamatória de um músculo do abdômen, o psoas, que é responsável pela flexão da coxa sobre a pelve”.