Ele diz que “vem de sapateiros, de pedreiros, operários e verdureiros”. Do tempo da inocência do 3º Grupo e dos pequenos circos mambembes, passando por todas as comadres de sua avó.
Bordini mostra uma Vila Tibério que se revela nas entrelinhas ou no cântico das benzedeiras, diante das quais ele “toma a benção e se acriança”.
Na orelha do livro, o professor e escritor gaúcho Menalton Braff registra que os dezessete cânticos são um retrato do movimento da Vila. Ecos do passado, como as benzedeiras, doceiras, ruas de terra, o menino de pernas curtas e pés no chão, vão se desenrolando perante nós como um calidoscópio e a modernidade, aos poucos, impõe-se irreversível e demolidora.
Na contracapa, o jornalista paulistano Roberto Pompeu de Toledo afirma que “Ruínas da Vila Antiga” é um livro interessante e envolvente. Uma bonita e sentida viagem de volta ao tempo e aos lugares da infância, numa linguagem popular às vezes, cômica outras, lírica sempre. É poesia com andamento de prosa, salpicada aqui e ali por versos de bela sonoridade.
Bordini afirma que não teve preocupação com a História ou com pesquisa científica e que seu livro é mais de literatura, de poesia e de memorialismo.
Ele frequenta o Centro Espírita Allan Kardec, na rua Monte Alverne. Dona Tininha, sua avó paterna, foi uma das fundadoras da entidade, que começou em uma casa na Barão de Cotegipe com Bartolomeu de Gusmão, onde depois funcionou a Padaria da Mamãe.