Manoel Müller é um padre humilde e discreto, que não gosta de falar de si. Filho dos agricultores João e Agda, quatro de seus 14 irmãos seguiram a vida religiosa. Seu irmão Estevão, hoje com 93 anos, mais de 70 deles dedicados a ordem Marista, escreveu vários livros sobre a saga dos russos-alemães. Duas irmãs tornaram-se freiras. Uma faleceu e a outra, Cecília, está com 95 anos. Manoel fez seminário Curitiba e foi ordenado em 16/7/1961. Vai completar 60 anos de sacerdócio agora em 2021.
Nascido no distrito de Mariental, município de Lapa, 50 km de Curitiba, Manoel Müller pertence a uma comunidade de russo-alemães provindos da região do Volga, na Rússia. É neto de Rosa e Johannes Müller, pioneiros que imigraram da Rússia para o Brasil, em 1878, sendo seu avô um dos fundadores de Mariental.
Manoel Müller foi professor de Teologia em Curitiba e passou por várias paróquias Claretianas. Serviu como missionário claretiano por 18 anos no Mato Grosso. Há cinco anos é vigário na Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Foi nomeado superior local da comunidade e vigário paroquial em 22/12/2015.
“Lamento a redução da Vila Tibério ao estado que se encontra, quando foi tão próspera e referência em Ribeirão Preto. Espero que a Vila Tibério melhore e que o Lar Santana tenha uma destinação digna. É uma pena que é um patrimônio daquele esteja abandonado”, diz ele.
“Torço para que o Botafogo saia da situação em que se encontra. Meus dois times caíram. O Coritiba para a série B e o Botafogo para a C. Uma pena”, lamenta padre Müller que torce para o Coritiba e para o Botafogo. Ganhou a camisa da diretoria do clube.
Ele domina a língua alemã, fala também inglês, francês, espanhol e agora está estudando russo.
Colônia Mariental
Em 1760, com a economia da Alemanha quebrada, algumas famílias migraram para a Rússia e se estabeleceram na região do rio Volga. Por lá viveram cerca de 100 anos, mas novamente tiveram que buscar outros caminhos. Foi aí que o Brasil apareceu como novo lar para mais de 20 famílias.
O irmão Marista Estevão Müller resgatou um livro de 1878 que conta a saga dos alemães do Volga através de fotos e registros ricos de informações. Após anos de pesquisa, ele lançou os livros “Além dos Mares a liberdade” e “Os ventos sopram liberdade”, que contam a epopéia dos alemães da região da Volga, até chegarem na Colônia Mariental.
Os primeiros imigrantes chegaram em 1878, todos muito devotos de Maria, a mãe de Deus. Por isso, decidiram batizar as terras com o nome 'Mariental', que no idioma alemão significa Vale de Maria.
Chegando em Mariental, eles foram colocados em um sobrado, onde viveram por mais de três meses, até a divisão das terras e o começo da construção de suas casas de estilo típico alemão.
Hoje, Mariental, com sua história e seu folclore, é ponto turístico na Paraná.