Semi-fechado por quase seis anos, o Círculo Operário de Vila Tibério sobreviveu na memória de grande parte da população tiberense e que, felizmente, foi reativado por um grupo de associados, liderados por Luiz Carlos Peruchi.
Segundo Reinaldo Berluzzi, o Pitiguara, de 82 anos, o Círculo começou a funcionar no final de 1944 ou no começo de 1945, como parte do Círculo Operário Ribeirãopretano (depois Campos Elíseos).
Ficou independente, com estatuto próprio, como Círculo Operário da Vila Tibério, em 27 de novembro de 1960. Oferecia assistência jurídica, médica, odontológica, farmacêutica, cursos, filmes, grupo de teatro e muitas opções de lazer, com destaque para as duas canchas de bocha. Sempre trabalhando pela paz, justiça, pela doutrina e moral do Evangelho, conforme o estatuto de fundação.
Mas, com os tempos modernos, houve um certo desinteresse pelo Círculo, que foi sendo desativado até chegar à situação de total abandono: ali somente as canchas de bocha ficaram conservadas.
Imbuídos por ideais humanitários, um grupo de moradores trabalhou intensamente para resgatar o Círculo Operário da Vila Tibério e suas finalidades. O grupo levantou a situação jurídica e financeira do Círculo. Descobriu que devia quase 50 mil reais. Fez várias reuniões, sempre contando com a presença do padre Júlio César Miranda, do Santuário Nossa Senhora do Rosário.
O padre Júlio foi nomeado administrador provisório depois de intercessão do arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Joviano, em 13 maio de 2008, quando a nova Diretoria tomou posse.
O nome da entidade foi mudado para Círculo dos Trabalhadores Cristãos de Vila Tibério para atender às exigências legais.
Depois de muita luta, com apoio moral e financeiro do presidente da Federação Estadual dos Círculos, Newton Zadra, foi reformado o prédio do Círculo Operário, que foi reinaugurado em outubro de 2009, e ainda continua a receber melhorias.
Atualmente, o Círculo tem diversas atividades para as pessoas da terceira idade, como danças, músicas e informática.
Círculo dos Trabalhadores Cristãos da Vila Tibério
Rua Dr. Loyola, 533, fone 3442-0647
facebook.com/circulovilatiberio
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O Jornal da Vila entrevistou Fernando César Michelin e Madalena Gallucio, que contaram a história da Panificadora conhecida popularmente como Padaria da Mamãe:O Jornal da Vila entrevistou Fernando César Michelin e Madalena Gallucio, que contaram a história da Panificadora conhecida popularmente como Padaria da Mamãe:
No início dos anos 50, Roberto Michellin trabalhava como padeiro e confeiteiro na Padaria Modelo, da família Protti, que ficava na Rua Padre Feijó. As irmãs Galúccio também trabalhavam na padaria. Fernanda era balconista e Madalena embrulhava balas de coco, de nata e de outros sabores.
Por volta de 1955, Roberto com os irmãos Anelo e Dosolina compraram da família Rivoiro, a padaria Santos Dumont, na esquina com a Epitácio Pessoa.
No começo dos anos 60, Roberto comprou o terreno na esquina da rua Bartolomeu de Gusmão com a Barão de Cotegipe. Começou a construir e em 1962 inaugurou a Padaria da Mamãe, homenageando as mães da Vila Tibério. Ele vendeu a padaria da Santos Dumont para o Toninho, do Supermercado Santo Antônio.
“A Padaria da Mamãe foi um sucesso. Às 5 horas da manhã já tinha gente, não esperávamos todo esse movimento”, diz Madalena.
Em 76 faleceu Roberto e as irmãs Fernanda e Madalena continuaram tocando a padaria. Em 82, o filho Fernando César Michelin, se formou em agronomia. Logo assumiu a padaria contando sempre com a ajuda da mãe e da tia.
Os pães foram assados no forno a lenha até 1985, quando a padaria adquiriu um forno elétrico.“Foram mais de 100 funcionários nesses 46 anos. Na minha época, tinha mais de 12 funcionários além da família. Tudo marcado nas cadernetas. O cliente que acertava dentro do mês ganhava uma rosca”, conta Fernando.
Era uma padaria com técnicas artesanais cuja qualidade se materializava na panificação e na confeitaria, com atendimento de primeira.
Entre as especialidades, eram feitos pães de torresmo, baguetinhos, pães de linguiça, bisnaguinhas, pães para hambúrguer e cachorro quente, sonhos, bolos, rocamboles, panetones, biscoitos, croissants e outras delícias.
“Era um tempo que as padarias tinham receitas próprias”, diz Fernando.
“Temos que agradecer a população da Vila Tibério, gente muito boa, que sempre prestigiou a Padaria da Mamãe”, diz Madalena.
Fernando fechou a padaria em 2005 quando os surgiram os supermercados vendendo pão com preços abaixo do custo.
Fernanda Galuccio Michelin faleceu em 2 de setembro de 2019.
“Lembrando que a saudosa Fernanda, depois que seu marido Roberto Michelin faleceu, continuou a luta com muita coragem e responsabilidade para preservar a Panificadora da Mamãe, que foi um importante ponto de referência na Vila Tibério”.Madalena Gallucio
A locomotiva a vapor alemã Borsig, de 1912, que estava na praça Francisco Schmidt desde 1972, foi transportada no dia 18 de julho pela VFCJ Restaurações e Serviços (empresa que venceu a licitação) para reforma em Campinas.
No dia anterior, sexta-feira, funcionários da empresa retiraram uma enorme quantidade de cobertores, roupas, sapatos e centenas de isopor (marmitex). Depois limparam e desinfetaram a máquina e o vagão auxiliar. Todos os pontos de lubrificação receberam óleo, as braçagens foram destravadas, a chaminé foi desconectada para reduzir a altura para a viagem, deixando-a pronta para o embarque.
No sábado, o manuseio da locomotiva teve início logo cedo, com guinchos e caminhões especializados. O trânsito na Martinico Prado foi interrompido.
A locomotiva foi tombada provisoriamente pelo patrimônio histórico de Ribeirão e o projeto de restauração foi licitado em R$ 805 mil.
De acordo com o Executivo Municipal, a restauração conta na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e LOA (Lei Orçamentária Anual), aprovadas pelo Poder Legislativo. “Os mesmos recursos não podem ser utilizados para outras finalidades. Se utilizar [o recurso], por exemplo, em despesas de custeio na Saúde ou da Assistência Social é caracterizado desvio pela Lei de Responsabilidade Fiscal, configurando crime”, acrescenta.
O restauro da máquina será feito em Campinas e o edital prevê um ano (no máximo) para a composição voltar para a Praça Schmidt. No entanto, setores da Secretaria da Cultura querem a locomotiva no Parque Maurílio Biagi. Há também quem veja os Museus Municipal e do Café como o endereço certo para ela. Uma coisa é certa, na Praça Schmidt ela precisa ficar em local fechado.
O comboio, com a locomotiva e o vagão, saiu da praça por volta das 12h30 e chegou em Campinas no final do dia. Ela foi desembarcada com sucesso perto das 18 horas. Foi um evento, com vários entusiastas da ferrovia registrando o desembarque.
A VFCJ Restaurações e Serviços é um braço da Viação Férrea Campinas - Jaguariúna. Participaram da retirada da locomotiva: o diretor Hélio Gazetta Filho, o mecânico chefe Barroso, Eric, Alan, Paulo, Polli e Edson.
Moradores em situação de rua protestou: “tão levando nosso casa embora”. Todavia, muitas pessoas perguntaram sobre a restauração, o que vai ser feito, como ela vai ficar. A maioria gostou da notícia e ficou aliviada, pois por um tempo não será mais “esconderijo”. Acharam boa a notícia da restauração e de que no final do processo ela volta para Ribeirão.
Mas, circularam diversos boatos pela Vila Tibério e também nas redes sociais, como a de que a locomotiva havia sido doada para Campinas, que voltaria para fazer uma linha entre Ribeirão e Pitangueiras, ou ainda que faria a ligação da Praça Francisco Schmidt com o Museu do Café.
Quem passa pela Praça Coração de Maria sente o ar de abandono. Galhadas, lixo e até entulho fazem parte de cenário muito triste.
Além do abandono físico, a praça foi invadida por pessoas em situação de rua, muitas vindas da Praça Francisco Schmidt, e ali tomam banho, cozinham, lavam suas roupas, e também fazem suas necessidades fisiológicas.
“A praça acabou. A prefeitura não leva a galhada e aí tem gente que vem aqui jogar lixo. Pessoas estranhas habitam a praça. Não se pode mais nem dar uma volta”, lamenta Elaine Gomide da Silva, que mora há 32 anos no entorno da praça.
Além disso, a iluminação está falha, com muitos pontos escuros, causando problemas de segurança.
“A Praça está muito abandonada, a iluminação está péssima, está toda escura. O pessoal que mora na praça joga marmitex pelo chão. Armaram uma rede, fazem fogueira, tomam banho. Tem que pedir para o Daerp cortar a água, pois isto atrai gente de longe”, diz Carlos Alberto dos Santos, dono de bar há mais de 20 anos.
Muitas pessoas têm medo de cruzar a praça e preferem dar a volta.
“A praça está completamente abandonada, uma judiação. Espantaram os moradores da Baixada e eles vieram para cá”, reclama Ângelo Gustavo Santos, taxista há 16 anos.
Alguns olham carros e, entre eles têm algumas mulheres.
“Estacionei o carro na calçada da praça e um cara perguntou se podia olhar. Disse que não precisava, que voltaria logo. Quando cheguei vi que o carro estava cheio de riscos e o cara havia sumido”, conta José Gonçalves, que frequenta as missas, participa do coral e de atividades do Santuário.
Os moradores da Vila esperam uma solução por parte da Prefeitura.
A devolução da calopsita aconteceu, entre risos e choro de alegria, na redação do Jornal da Vila. Lorde, de 12 anos, havia desaparecido, no dia 7/7, de sua casa na Rua Constituição e as irmãs Ruzene, Adriana e Mercês ficaram desesperadas.
Quando o famoso Dino foi retirado da Avenida Independência, Roger tentou comprá-lo. Foi atrás do então proprietário, que o pegou por conta de dívidas na Justiça e que não se interessou em vendê-lo.
A 2 de junho de 1918, o bispo Dom Alberto Gonçalves deu a bênção da pedra fundamental. A construção teve início no dia 22/8/1918 e, no tempo quase inacreditável de 16 meses, o templo foi erguido, inaugurado aos 24/12/1919, ainda sem os acabamentos finais, que foram completados nos anos seguintes. No dia 5 de setembro 1923 ficaram concluídas as pinturas internas e os afrescos assinados por Victor Gregolin (mestre de Portinari), sendo ainda Pe. Ciriza o Vigário da paróquia.
Denys Bryan Souza Rodrigues, de 10 anos, morreu vítima da dengue no dia 1º de fevereiro. O pai, Michel Rodrigues da Silva, de 32 anos, registrou uma denúncia no Conselho Regional de Medicina (Cremesp) no dia 3. Ele afirma que houve negligência no atendimento e quer que a entidade abra uma investigação sobre o caso.
De longe dá para ver a igreja iluminada.
O barbeiro Egydio Tamburus era um botafoguense apaixonado, morador da Vila Tibério desde garoto, comparecia a todos os jogos.
O Botafogo nasceu da união de três times da Vila Tibério. Segundo entrevista publicada no Diário da Manhã em outubro de 1953, Francisco Oranges, um dos fundadores e ex-presidente do clube, afirma que o Tiberense era o time mais forte da Vila, mas, mesmo assim, não fazia frente aos times de outros bairros, como o Commercial, o Palestra Itália, o Operário etc. A rivalidade era grande também entre três times da Vila: Ideal, Paulistano e Tiberense. Todos sentiam que isso prejudicava o bairro.
Resgatando a memória da Vila Tibério e valorizando sua gente!
10 mil exemplares distribuídos gratuitamente.