Vila Tibério no início dos anos 70. Naquela época, enquanto os adultos conversavam com as cadeiras nas calçadas, os meninos brincavam nas ruas, jogavam bola, brincavam de esconde-esconde, de balança-caixão, de amarelinha. Jogavam bolinha, soltavam pião, empinavam pipas. Na época do carnaval a brincadeira era esguichar água com uma bisnaga de plástico.
O Circo do Biriba vinha para a Vila Tibério frequentemente, ora armando a lona onde hoje é o Edifício Botafogo, ora nos arredores da Praça José Mortari. Quando tinha circo a molecada ficava empolgada.
Com as lonas armadas ao lado da praça, onde funcionou até recentemente o Lanches Macal, o pessoal do circo sabia que os moleques gostavam de entrar sem pagar ingresso e, por isso, colocaram grades de madeira entre a lona e as arquibancadas.
Naquela tarde, um grupo resolveu “varar” o circo. A ideia era levantar a lona e entrar por trás da arquibancada. Os meninos tentaram furar o bloqueio e um deles, depois de passar por baixo da lona, ficou com a cabeça presa nas grades. Funcionários do circo tiveram que ajudar a tirar o menino que ficou entalado.
Depois de liberado, o menino levou uma grande e inesquecível surra do pai.
Mas, o que ficou para sempre, foi o apelido que o menino ganhou: Cabeção. Até hoje poucos sabem seu nome.
Os apelidos de infância, na Vila Tibério, são lembrados para sempre.