Quando um ídolo morre parece que parte de nossa infância e adolescência vai com ele. Em março de 2014 foi Bellini, zagueiro campeão na Copa do Mundo de 1958. Ainda garoto, ouvindo pelo rádio, emocionava-me com o locutor anunciando: “Corta Bellini”. E a imaginação viajava pelos campos da Suécia onde o Brasil encantava multidões com Gilmar; De Sordi e BELLINI; Zito, Orlando e Nilton Santos; Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagallo. Foi lá que Bellini imortalizou o gesto do capitão de levantar a taça. Fez casualmente para melhorar a visão dos fotógrafos e passou para a história.
Homenagem na Suécia...
Depois de ele encerrar a carreira, entrevistei Bellini várias vezes, figura fantástica, uma destas oportunidades ocorreu durante homenagem prestada à seleção na Suécia. Aí, já como jornalista cobrindo excursão do Brasil, em 1983, realizei o antes inimaginável sonho de garoto. Desfilei nos campos dos sonhos de 1958, passeando com Bellini, Vavá e Gilmar pelo Estádio de Gotemburgo e pela cidade de Udevala, onde a seleção brasileira jogou nas primeiras fases da Copa de 1958.
Jogo inesquecível...
A mais forte emoção de adolescente foi ver bem de perto, pela proximidade do alambrado, Bellini jogar no Estádio Luiz Pereira, em 1966, Botafogo x São Paulo. Com pernas mais grossas que minha cintura, Bellini limpava a área com a autoridade de um campeão mundial. O Botafogo perdeu (2 a 4), com Expedito; Ditinho, Roberto Rebouças, Vilela e Carlucci; Júlio Amaral e Márcio; Jairzinho, Ferreirinha, Quarentinha e Valdir. O São Paulo jogou com Fábio; Osvaldo Cunha, BELLINI, Jurandir e Celso; Roberto Dias e Nenê; Paraná, Prado, Babá e Adiber. Imagens criadas por um ídolo na memória de um fã são imortais.