José Agnelli dirigiu muitos times do interior de São Paulo, mas grande parte de sua história está ligada a Ribeirão Preto, especialmente ao Botafogo e à Vila Tibério. Rica em passagens engraçadas, a vida do técnico argentino foi pautada por “sacadas” que ele executava com desenvoltura pela criatividade e rapidez de raciocínio ao enfrentar situações difíceis ou notar alguma situação engraçada em sua volta. Conversar com ele era uma viagem a um mundo encantador.
Na Casa dos Atletas...
Na Casa dos Atletas, na Rua Martinico Prado, ele protagonizou episódios pitorescos ao longo do período em que ficou responsável por cuidar dos jogadores que se hospedavam naquelas dependências instaladas pelo Botafogo. Aconselhava os jovens e fiscalizava a conduta dos mais velhos. Chegou a surpreender Sócrates com o pé engessado saltando o muro de volta à Casa, ao amanhecer. O “Doutor” não morava lá, mas estava trazendo de volta um atacante que o acompanhara na noitada ribeirão-pretana.
Nas rádios...
Amigo da imprensa, Agnelli pagava jantares e rodadas de cervejas aos radialistas no “Bar do João”, mas abominava as “Mesas Redondas”, irritava-se com os comentaristas que se metiam a escalar os times durante os programas. Irônico, ao chegar ao Estádio no dia de Come-Fogo e ser perguntado pelos repórteres se o time estava escalado, respondeu: “Não sei, ainda não conversei com o Totinha”. Totinha era Antônio de Barros, um dos comentaristas que escalavam os times nas “Mesas Redondas”.