Nessa série Grandes Goleiros o JV destaca a ousadia dos dirigentes da dupla Come-Fogo para trazer grandes goleiros que marcaram na história do futebol de Ribeirão Preto.
Raimundo Aguilera Solis, no futebol simplesmente Aguilera, goleiro paraguaio que fez história no futebol de Ribeirão Preto naquele timaço de Sócrates e Cia.
O torcedor ainda recorda daquele 31 de agosto de 1969 em jogo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, Maracanã lotado e as “Feras do Saldanha” precisava apenas de um empate contra o Paraguai para carimbar o passaporte para o México.
Aguilera numa atuação fantástica parava o ataque de Pelé e companheiros e num rebote do goleiro Pelé fazia 1 a 0 e o Brasil na Copa do Mundo de 1970.
Foi justamente pela Seleção Paraguaia onde atuou entre os anos 67 e 70 que Aguilera ganhou reconhecimento.
Ágil e com boa reposição de bola, Aguilera tem no seu currículo recordes por não sofrer gols, 1.019 minutos em 1967 e 1.018 em 1969 quase superando a sua própria marca.
Aguilera deixava o Club Guarani de Assunção em 1971 negociado com a Portuguesa por 79 mil dólares.
Aguilera na Portuguesa de Calegari
Aguilera chegou naquele timaço da Portuguesa, entre eles o ribeirão-pretano Calegari, participando da inauguração do Estádio do Canindé em 1972.
Na Lusa o goleiro ganhou a titularidade até sentir forte dores no joelho, mesmo numa tentativa de volta o goleiro optou pela cirurgia.
A triste notícia veio depois. As dores continuaram, contrato quase terminando, Aguilera pensou em abandonar o futebol.
Depois de duas cirurgias e na sua volta encontrou Zecão fechando o gol e a Portuguesa na reta final do Paulista de 1973. O jeito era deixar o clube e foi parar no Valência por empréstimo.
“El Arquero de América” no Botafogo
Foi quando Calegari informou Aguilera que o Botafogo precisava de um goleiro.
O então presidente Atílio Benedini conseguia junto à diretoria da Lusa o empréstimo praticamente de graça, Aguilera não só recuperou a forma como também voltou a ter alegria em jogar futebol, fazendo parte do inesquecível time de 1977 ao lado de Sócrates, Lorico, Zé Mário.
No Botafogo conquistou a Taça Cidade de São Paulo, no empate sem gol no Morumbi naquele 18 de maio de 1977.
Aguilera até hoje é lembrado como um dos grandes goleiros da história do clube, abandonou o futebol aos 34 anos depois de uma nova cirurgia no joelho.