Nessa série Grandes Goleiros o JV destaca a ousadia dos dirigentes da dupla Come-Fogo para trazer grandes goleiros que marcaram na história do futebol de Ribeirão Preto.
Destacamos Luiz Moraes, mais conhecido como Cabeção, ídolo do Corinthians da década de 50, clube onde começou nas categorias de base e posteriormente era contratado pelo Comercial FC.
No Corinthians foi sombra de Gilmar por muitos anos, chegou à Seleção Brasileira como reserva de Castilho na Copa do Mundo de 1954, na Suíça.
Cabeção foi campeão paulista em 1951 e campeão Sul-Americano pela Seleção Brasileira no Chile. Na campanha do bicampeonato de 52 era banco de Gylmar e não jogou nenhuma vez.
Fez parte do time do Corinthians no importante título da IV Centenário. Cabeção jogou por empréstimo no Bangu, Portuguesa, Comercial, Juventus e Portuguesa Santista.
PRIMEIRO GOLEIRO A USAR LUVAS
Cabeção, apesar de baixa estatura, compensava com ótimo reflexo e elasticidade, foi o primeiro goleiro no Brasil a usar luvas após uma excursão ao exterior. Há quem diga que nos jogos noturnos Cabeção não era muito eficiente como nas partidas diurnas.
ABANDONAR O FUTEBOL E MONTAR UM BAR
O Corinthians tinha Gylmar um dos melhores goleiros do mundo e a notícia que o Corinthians emprestaria Cabeção para um time do interior não o agradou.
O Comercial havia se interessado e Cabeção não queria deixar a Capital dando uma declaração caso se concretizasse a notícia se afastaria do futebol e montaria um bar.
“CABEÇÃO FOI CONTRATADO
PELO COMERCIAL"
Essa foi a manchete do Diário da Manhã de 21 de julho de 1961. Contratado por empréstimo de cinco meses. “Essa contratação agitou o futebol do interior”, lembra Tadeu Ricci, na época jogador da base do Comercial.
“O empréstimo de cinco meses custara aos cofres do Leão 500 mil cruzeiros e o jogador quatrocentos mil pelo tempo que ficar no ‘Leão do Norte’, sendo 100 mil cruzeiros a vista e o restante em cinco divisões mensais, como luvas e ordenados incluídos. O jogador não poderia atuar contra o Corinthians” (Fonte DM de 21/7/1961).
COSTA COELHO LOTADO PARA A ESTREIA
Na apresentação, numa segunda-feira, o Estádio Costa Coelho recebeu um grande público para ver o jogador e o técnico Zezé Procópio já definia Cabeção como titular para a partida de domingo quando o Comercial recebia o Noroeste, jogo que terminou empatado em 1 a 1 para um domingo de festa um péssimo resultado. Cabeção jogou dois Come-Fogos: um empate e uma derrota. No 1º de outubro, o Corinthians pedia a volta do goleiro porque Gylmar estava de saída para o Santos.
RECONHECIMENTO
A sua passagem pelo alvinegro foi reverenciada pelos torcedores que lotaram o Estádio Costa Coelho naquele 25 de novembro de 1962 aplaudindo de pé e balançando a velha arquibancada e gritando o nome de seu nome.
Cabeção, hoje com 89 anos, foi mais um dos grandes goleiros que passaram pelos clubes da cidade, deixando o seu nome gravado na história do futebol de Ribeirão Preto.