O pai de Vicente Sin, senhor José Sin, veio da Hungria com os irmãos Vicente e Miguel. Vicente morreu atropelado na estrada de Cravinhos. Seu José acabou perdendo o contato com Miguel. Aqui foi trabalhar na Fazenda Santa Teresa próxima do Shopping Iguatemi. Foi casado com a Amália Portela Sin e tiveram oito filhos, entre eles, Vicente, que recebeu o nome em homenagem ao tio falecido.
A vida naquela época foi muito difícil. Vicente começou a trabalhar com oito anos, ajudando o pai na roça e só ganhou uma bota de borracha quando tinha 16 anos. Ainda jovem ia trabalhar nas hortas perto da Rua Rangel Pestana e da Caramuru.
Com 18 anos foi servir na Força Aérea, em Pirassununga. Lá, depois de um tempo, já dirigia o caminhão de bombeiros. Numa ocasião, fez escolta para o então presidente da República. Quando voltou para Ribeirão tentou ser policial, bombeiro, mas não deu certo. Foi trabalhar num bar com seu cunhado.
“Ele não queria um bar, já tinha tino comercial. Aí transformou o bar numa pequena mercearia e começou a funcionar, a dar certo. Daí começaram a vender mais, a crescer. Com o passar do tempo a sociedade já não estava dando certo. Rompeu a sociedade e alugou um salão que um amigo havia construído. Montou uma pequena mercearia começando a trabalhar às cinco da manhã, servindo pão com mortadela para quem ia trabalhar na roça, e só voltava para casa à noite. Trabalhava sozinho, mas foi crescendo até ele ter mais funcionários", conta dona Marisa.
Começou com um capital equivalente a R$1.600,00 hoje. Comprou mercadorias para o estoque inicial. Depois montou mais um mercadinho na Rua Euclides da Cunha e mais tarde, comprou uma loja de material de construção que logo revendeu.
Acostumado com a vida dura da infância, quando não podia nem comprar uma fruta, Vicente tinha apenas duas mudas de roupa, e não abria nenhum refrigerante no seu mercadinho. Tudo que entrava era para investir em mercadoria. Com o tempo, foi comprando terrenos vizinhos. Depois, de um lado construiu um estacionamento e do outro foi aumentando a loja.
Casou-se em 1982 com Marisa Guedes Sin. Vendeu o mercado para o Alô Brasil e ficou apenas com o supermercado da Av. Monteiro Lobato. Enquanto cuidava das compras, participava também do atendimento. A esposa tomava conta do escritório. Sempre ativo, nesta época, participou de um movimento para que as ruas do Jardim Centenário e adjacências fossem asfaltadas.
Na Vila Tibério
Em 1987, vendeu o mercado da Monteiro Lobato para o Savegnago. Achou que daria para viver de aluguel, mas no mesmo ano, abriu uma loja de atacado para atender restaurantes embaixo do prédio do Edifício Botafogo, na esquina das Ruas Conselheiro Dantas e Bartolomeu de Gusmão, na Vila Tibério.
A loja de atacado foi prejudicada pelo Plano Collor. Em 1990, pegou dinheiro emprestado e montou um supermercado no local. Dois anos depois, conforme falava com seus clientes e amigos, iria ter um prédio próprio. Comprou as casas onde hoje é o Supermercado ServSin, e em 1993 construiu o prédio com 720m2, que funciona até hoje.
Sempre ajudou a comunidade
Vicente Sin sempre contribuiu com o 3º Distrito Policial. Ajudou no conserto das viaturas por muito tempo. Quando saiu do espaço embaixo do Edifício Botafogo reformou o local para o Distrito. Depois, quando houve um movimento para levar o DP para o Monte Alegre, ele construiu o prédio ao lado do supermercado onde o 3º Distrito Policial está até hoje. E também fez parte da diretoria da Distrital Sudoeste da ACIRP.
“Por isso o 3º Distrito Policial ainda está aqui na Vila Tibério. Ele sempre ajudou a comunidade”, disse Vicente Sin Júnior, que hoje comanda com o irmão Vinicius o Supermercado Serv Sin.
Vicente Sin faleceu em 2005 e deixou a esposa Marisa Guedes Sin e os filhos Vicente Júnior, Vinícius e Viviane.
Hoje o ServSin tem filiais em Altinópolis e Cajuru.