Segundo Michel, a primeira consulta foi no dia 28 de janeiro e o diagnóstico foi gripe. A segunda consulta foi no dia seguinte, dia 29, e o diagnóstico foi virose.
“A febre alta não passava, mas a dengue só foi diagnosticada no dia 30. Uma médica mais experiente fez o teste do lacinho no braço dele e falou que era dengue. Mesmo assim ela medicou, colocou ele no soro e depois deu alta. Passou uma medicação: paracetamol ou dipirona e reidratação oral”, disse Michel.
Apesar de morar na Vila Tibério, Michel procurou a unidade da Vila Virgínia por saber que a UPA Central não tem Pediatria.
“No dia 31 ele acordou urinando sangue. Levamos na UBDS Vila Virgínia e a médica falou para socorrer que ele estava morrendo. Chamaram a ambulância que chegou em 10 minutos e o levaram para a Emergência do HC. Já entrou no CTI e foi logo entubado”, contou o pai.
A médica do HC falou que ele chegou em estado gravíssimo.
“O único lugar que tiveram piedade do meu filho foi no HC”.
MENINO muito inteligente
Denys Bryan estudou na Emei Anita Procópio Junqueira e cursou até o quarto ano na EE Profa. Hermínia Gugliano, na Vila Tibério.
O menino sonhava em ser “gamer” e estava fazendo um jogo no tablet. Gostava de brincar de basquete, futebol, videogame. Ficava assistindo vídeos de aprendizagem no YouTube. Falava que queria ser policial para proteger os pais e as irmãs.
Maria Antonieta, professora do 4º ano na EE Hermínia Gugliano, disse ao Jornal da Vila que Denys Bryan era um menino muito educado, muito especial e principalmente, muito inteligente. Ressaltou que ele teve um começo de ano muito difícil, com problemas de saúde, mas que arribou no segundo semestre.
“Era extremamente carinhoso. Se despedia todos os dias. É uma lembrança muito triste”, disse a professora com lágrimas nos olhos.
A família, originária de Guarulhos, na Grande São Paulo, está na Vila Tibério desde 2014. Michel trabalha na Lufa Comunicação Visual. É casado com Maria Ryslaine e tem duas filhas: Thyffani e Kathleen. As duas também estavam com dengue.
A Vigilância Epidemiológica vistoriou a casa, na Rua Machado de Assis, mas não encontrou nenhum criadouro de dengue.
“Vim de longe para dar uma vida melhor pra ele e olha só o que aconteceu”, desabafa o pai.