Neste mergulho no tempo matamos saudade de um dos grandes goleiros que vestiram a camisa número um do Botafogo nos anos 60 e fizeram história no tricolor da Vila Tibério.
O Saudade FC vai ao encontro do futebol ontem para lembrar de Dirceu Hugo Da Ros, no mundo da bola simplesmente Dirceu.
Gaúcho de Gramado, Dirceu chegou em Ribeirão Preto em 1966 contratado junto ao América carioca para jogar no gol botafoguense numa época de ouro e grande craques como naquele timaço que tinha Eurico, Zé Carlos, Carlucci, Júlio Amaral, Veríssimo, Jairzinho, Mosquito, Quarentinha, Márcio e Dirceu.
Ou em outras formações do Botafogo com o excelente Roberto Rebouças, Sicupira, Paulo Leão. O Botafogo era dirigido por José Carlos Bauer.
Dirceu fez a sua estréia no gol botafoguense com vitória de 2 a 1 naquela tarde de 25 de setembro de 1966 contra o Santos no Estádio Luiz Pereira. (veja ficha técnica abaixo)
O Santos que veio a Ribeirão Preto sem Pelé.
Dirceu recorda de um dos gols mais bonitos do futebol brasileiro depois de uma jogada maravilhosa num jogaço com direito a cinco gols naquele 5 a 4 contra o Santos na Vila Belmiro em 1967.
A jogada do Santos com o ponta Kaneco dando uma carretilha em Carlucci que resultou no gol de Toninho Guerreiro. Foi realmente uma jogada que raramente se vê hoje no futebol.
O goleiro Dirceu esteve presente na festa de inauguração do Estádio Santa Cruz naquele 21 de janeiro de 1968 quando o Botafogo goleou a Seleção da Romênia por 6 a 2 com Dirceu; Zé Carlos (Eurico), Mendes, Roberto Rebouças e Carlucci; Roberto Pinto (Luiz Américo) e Márcio; Jairzinho, Sicupira, Paulo Leão e Totó - Técnico: Floreal Garro.
Dirceu jogou no Botafogo de1966 a 1970 e hoje reside em Novo Hamburgo (RS) e deixou o nome gravado na história do tricolor como um dos grandes goleiros que vestiram a camisa um do Pantera.
Estádio “Luiz Pereira”, em Ribeirão Preto.
Data: 25/9/1966
Botafogo: Dirceu; Zé Carlos, Roberto, Vilela e Carlucci; Julio Amaral e Márcio; Jairzinho, Ferreirinha, Quarentinha e Paulo Leão.
Santos: Cláudio; Carlos Alberto, Oberdan, Haroldo e Geraldino; Zito e Mengálvio; Dorval, Toninho, Lima e Edu.
Gols: Lima (16/1ºT), Carlucci (pênalti, 34-1ºT) e Paulo Leão (23-2ºT).
Árbitro: Etelvino Rodrigues.
Renda: Cr$ 7.107.000 (3.000 pagantes).
O Saudade FC destaca nesta edição de outubro José Mário Crispim, o Zé Mário, ex-volante do Botafogo com passagens pelo Noroeste, Palmeiras, Santos, São Paulo, Uberlândia e Francana.
A história deste cracaço de bola começa quando a família deixa à Capital mudando-se para Ribeirão Preto.
Menino, o seu futebol começa despontar jogando na equipe amadora do Juventude Católica, observado e elogiado tentou a sorte no Comercial e como o clube não disputava nem uma competição amadora achou melhor tentar a sorte no arqui-inimigo.
Com 16 anos Zé Mário disputou o campeonato juvenil pelo Botafogo e logo o seu futebol foi reconhecido que o Noroeste o contratou levando a jovem promessa para Bauru.
No Norusca ele arrebentou ao ponto de ser convocado para a Seleção Brasileira de Juniores que acabou sagrando campeão Sul-americano no Chile em 1974.
Na volta o Noroeste não tinha recursos financeiros para segurar a jovem promessa e o interesse do Palmeiras facilitou a sua transferência para o Palestra Itália em janeiro de 1975.
O Palmeiras tinha Ademir da Guia e Zé Mário teve que esperar a vez de ser titular ainda com a missão de substituir o grande ídolo alviverde.
O seu futebol, seu porte físico e a sua maneira cadenciada de jogar lembrava o Divino da Guia. Zé Mário nunca fez uma avaliação sobre o caso, se ajudou ou atrapalhou a sua carreira.
No Palmeiras ficou de 1975 a 1980 fez 115 jogos e marcou 19 gols.
Emprestado ao Santos, Zé Mário se orgulha de ter participado da partida de despedida de Pelé do futebol naquele 1º de outubro de 1977 nos Estados Unidos.
O jogo entre Cosmos e Santos, em Nova York, o Rei do Futebol se despedia sob olhares de mais de 75 mil pessoas entre elas Henry Kissinger e Muhammad Ali.
O meio de campo do Peixe era formado por Zé Mário e Ailton Lira, com Pelé jogando meio tempo pelo Santos no lugar de Ailton Lira no primeiro tempo da festa.
Na última entrevista que me concedeu, Zé Mário lembrou com saudade e uma marca que permanece de felicidade quando levou o Botafogo ao acesso a Série B do Campeonato Brasileiro em 1996.
O trabalho deu bons frutos e recompensa financeira ao Tricolor que revelou jogadores como Japinha, Rogério, Rubens Cardoso, Claudinho, Lucas e tantos outros.
Zé Mário deixou uma bonita e rica história com merecimentos na sua trajetória no mundo bola.
O Saudade FC destaca um dos grandes zagueiros que vestiu a camisa do Pantera. O nosso destaque desse mês de setembro é Edson Mariano da Silva, no futebol Edson Mariano.
Carioca começou a carreira nas categorias de base do Fluminense e em 1984 já estava no time principal guindado pelo técnico Carlos Alberto Parreira.
Recorda da emoção de ver o seu nome relacionado para uma excursão que o Fluminense faria ao Canadá.
Outra boa lembrança foi o título da Copa São Paulo de Juniores comandada pelo Ernesto Paulo, equipe que revelou jogadores como Robert, Ricardo Pinto, Donizete, João Santos e tantos outros.
Depois de uma passagem pelo Bahia, Edson Mariano volta ao Fluminense e no tricolor teve como companheiros Romerito, Washington, Paulinho Andreolli (depois o reencontraria no Botafogo), Jandir e Alexandre Torres.
Depois de passar por empréstimos pelo Bahia Edson Mariano estava de volta às Laranjeiras, na época que o Fluminense era dirigido pelo técnico Telê Santana.
A saída do mestre também colaborou para o zagueiro deixar o tricolor e aportar em outro tricolor, o Botafogo de Ribeirão Preto.
No Botafogo Edson Mariano jogou naquele time de 1992: Palmieri, Leandro, Lucilo, Edson Mariano e Elias, Otávio, Valdeir e Paulinho Andreolli, Bira, Demétrius (Vidotti) e Claudinho (João Carlos).
Esse time ajudou a rechear os cofres do tricolor que negociou Leandro, Elias (Corinthians), Bira (Atlético MG), Gallo e Demétrio (Santos).
Edson Mariano era como se denomina no futebol: um zagueiro clássico. Não dava chutão, não era faltoso, saia com facilidade para o jogo.
O seu companheiro de clube, o centroavante Demétrius fala de Mariano como um jogador limpo e excelente na bola parada – “naquele time do Botafogo Lucilo batia e Edson Mariano saia jogando”. Lembra o atacante.
Mariano chegou a trabalhar como treinador, mas cita o seu bom trabalho no Botafogo quando ajudou a montar a base que foi vice-campeã paulista em 2001.
Edson Marino hoje reside em Ribeirão Preto e deixou o seu nome na história do tricolor da Vila Tibério.
Nome: Edson Mariano da Silva
Posição: Zagueiro
Clubes que defendeu: Fluminense, Bahia, Noroeste, Botafogo, Grêmio, XV de Piracicaba, Ponte Preta, Inter de Limeira.
Hoje o Saudade FC resgata a história de um dos bons goleiros que vestiu a camisa titular do Botafogo durante seis anos, camisa que teve como dono nomes consagrados como o lendário Machado, Aguilera, Doni e tantos outros.Hoje o Saudade FC resgata a história de um dos bons goleiros que vestiu a camisa titular do Botafogo durante seis anos, camisa que teve como dono nomes consagrados como o lendário Machado, Aguilera, Doni e tantos outros.
O nome do camisa 1 é Celso Antônio Paschoalato, no futebol ficou consagrado como Celso Cajuru.
Foi na categoria de base do tricolor em 78 dirigido pelo técnico Macalé que Celso Cajuru começou despontar e chamar atenção do técnico da equipe profissional.
O ano é 1980 e o técnico Cláudio Garcia convocava pela primeira vez o garoto da base para ser reserva do goleiro titular Walter Dib.
Celso Cajuru recorda quando foi chamado para ser titular depois de uma contusão de Walter Dib, mas a efetivação na equipe profissional foi através do técnico Lori Sandri, um dos grandes treinadores que passou pelo Botafogo.
Reza a lenda que a primeira vez ninguém esquece. E Celso Cajuru recorda da sua primeira vez como titular do Botafogo justamente contra o Santos no Estádio Santa Cruz pelo Campeonato Paulista de 1980. “O Santos com um ataque jovem Nilton Batata, Claudinho, Pita e João Paulo e vencemos por 1 a 0”, recorda o goleiro.Proposta do Futebol EuropeuDepois de seis anos deixava o Botafogo com destino a Europa, precisamente Portugal, onde foi jogar no Farense que tinha como treinador o brasileiro Cláudio Garcia, ficando por quatro anos.
Na sua volta foi contratado pelo Náutico, depois passou pelo Paraná Clube onde sagrou-se campeão paranaense e conquistou o acesso à Série A do Brasileiro.
Celso Cajuru ainda jogou pela Chapecoense e Atlético de Sorocaba encerrando a sua carreira em 1994.
Não poderia faltar a pergunta sobre defesas inesquecíveis na trajetória do goleiro Celso Cajuru?“
Uma foi na partida entre Palmeiras e Botafogo no Parque Antártica, numa cabeçada do centroavante Reinaldo quase no fim do jogo que terminou zero a zero. A outra foi num Come-Fogo cabeçada certeira e difícil de Luiz Alberto”, recorda o goleiro.
Celso Cajuru foi consagrado pelas suas defesas duas vezes o “Goleiro do Fantástico”
Se Celso Cajuru marcou a sua trajetória como goleiro profissional sempre com grandes atuações, quem segue o caminho do pai embaixo das traves é o seu filho Alexandre Cajuru que joga atualmente no CSA de Alagoas que disputa o Campeonato Brasileiro da Série B.
Nesse mergulho no tempo que fazemos mensalmente vamos de encontro há uma época que o futebol brasileiro vivia da genialidade de seus ponteiros direitos e esquerdos.
Não é preciso numerá-los pela quantidade e qualidade e nem é preciso viajar muito, por aqui mesmo uma lista de bons ponteiros, se me permite posso citar alguns como Zuino, Zé Mário, Paulo Cesar Camassuti e Piter.
Hoje falamos de Wilson Martins Coelho, no mundo da bola Piter. Ribeirãopretano de nascimento e se orgulha de ser um dos poucos filhos dessa terra que conquistou títulos memoráveis como o bicampeonato goiano pelo Goiás e campeão paulista pelo Corinthians em 1979 com grande atuação; autor das duas assistências que resultaram nos gols de Sócrates (o primeiro dele com a camisa do Corinthians) e Palhinha na final contra a Ponte Preta.
Sonho de ser Jogador de Futebol
O papo rola descontraído numa verdadeira resenha no Bar do Vadola, na Vila Tibério. Piter recorda o início de sua carreira nas categorias de base do Botafogo.
“Com 16 anos o técnico Paulo Leão me promoveu ao time profissional. Só tinha feras: Maritaca, Geraldão, Alexandre Bueno, Walter Tambaú, Sócrates e outras feras”, lembra o ponteiro.
Três anos depois Piter era negociado com o Goiás se consagrando com o bicampeonato goiano. Em 1978 chegava ao Corinthians e conquistava o título de 1979. Com a camisa alvinegra foram 83 jogos e 19 gols marcados.
“Piter alcançou um duplo sonho - de se tornar um jogador profissional e ainda jogar no Corinthians, para alegria do seu pai, um torcedor fanático do Timão”.
Porque Piter?
Papo de boleiro rende e a pergunta que não poderia faltar, porque Piter?
“Quem começou me chamar de Piter foi o meu amigo Waldemar Ferreira, em homenagem ao grande zagueiro Piter, ‘o Rocha Negra’, melhor marcador de Pelé. Carrego com orgulho esse apelido porque é uma figura humana fantástica e um dos melhores zagueiros do futebol brasileiro”.
Lesão no tendão fez deixar os gramados
Foi uma carreira vitoriosa que começou nas categorias de base Botafogo, Goiás (1975/76), Corinthians (1978/80), Náutico, em 81, no Internacional (RS), em 81 e 82, e no Santa Cruz, no Blumenau (SC) e no Marcílio Dias (SC), onde encerrou a carreira em 86. Com uma cirurgia no tendão, devido a uma séria lesão, o atacante dava adeus ao futebol.
Na história dos grandes laterais do futebol mundial não podemos deixar de citar Eurico Pedro de Faria, no futebol. Mineiro de nascimento, ainda menino a família se transferiu para Ribeirão Preto.
E aí começava a sua trajetória no futebol nas categorias de base do Botafogo até ser promovido ao time titular em 1967 sob o comando de Armando Renganeschi, Eurico jogava ao lado de Roberto Rebouças, Carlucci, Roberto Pinto, Sicupira, Paulo Leão, um dos grandes times da história tricolor.
Do Botafogo para o Palmeiras
O futebol clássico, longe de laterais “butinudos” da época, o Palmeiras se interessou pelo lateral botafoguense que foi cedido por empréstimo, mas logo nos primeiros três meses o alviverde adquiriu o passe em definitivo.
O lateral era Djalma Santos que acabou negociado naquele ano de 1968 e Eurico ganhou a posição, onde jogou 467 partidas e marcou quatro gols.
No Palmeiras fez parte do famoso time denominado academia e da defesa até hoje lembrada pelos amantes do futebol: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca.
Eurico conquistou dois campeonatos paulistas, três brasileiros e conquistas internacionais como o Ramón de Carranza e Mar del Plata.
Depois da sua carreira vitoriosa no Palmeiras o lateral foi negociado com o Grêmio conquistando o campeonato gaúcho de 1977 sob o comando de Telê Santana.
Eurico na Seleção Brasileira
Na bonita carreira não poderia faltar a convocação para a Seleção Brasileira e com a camisa amarelinha conquistou a Copa Roca (1971) e Taça Independência (1972).
Eurico também fez parte da lista dos 40 atletas inscritos para a Copa do Mundo do México onde o Brasil conquistou o Tri, a Seleção que tinha como titulares Carlos Alberto e Zé Maria.
Era fácil marcar os pontas?
No quase final do nosso papo diário de bola perguntei quais os ponteiros que deram mais trabalho para marcar. Eurico logo abriu a lista com Paulo Cesar Caju, Edu, Paraná, João Paulo. Época de grandes ponteiros no futebol brasileiro, destacou.
Eurico recorda de um jogo no Estádio Luíz Pereira entre Botafogo e São Paulo, “Paraná, ponta do São Paulo, deu uma entrada violenta, o árbitro José Astolfe veio até mim e disse “pode dar nele que eu não te expulso, eu já conheço o jeito dele”.
Eurico aposentou no futebol em 1982 com uma carreira fantástica e uma história vitoriosa que será sempre lembrada por aqueles que gostam de futebol.
Ele é casado com Cristina, tem 4 filhos e 6 netos.
Nessa série Grandes Goleiros o JV destaca a ousadia dos dirigentes da dupla Come-Fogo para trazer grandes goleiros que marcaram na história do futebol de Ribeirão Preto.
Destacamos Luiz Moraes, mais conhecido como Cabeção, ídolo do Corinthians da década de 50, clube onde começou nas categorias de base e posteriormente era contratado pelo Comercial FC.
No Corinthians foi sombra de Gilmar por muitos anos, chegou à Seleção Brasileira como reserva de Castilho na Copa do Mundo de 1954, na Suíça.
Cabeção foi campeão paulista em 1951 e campeão Sul-Americano pela Seleção Brasileira no Chile. Na campanha do bicampeonato de 52 era banco de Gylmar e não jogou nenhuma vez.
Fez parte do time do Corinthians no importante título da IV Centenário. Cabeção jogou por empréstimo no Bangu, Portuguesa, Comercial, Juventus e Portuguesa Santista.
PRIMEIRO GOLEIRO A USAR LUVAS
Cabeção, apesar de baixa estatura, compensava com ótimo reflexo e elasticidade, foi o primeiro goleiro no Brasil a usar luvas após uma excursão ao exterior. Há quem diga que nos jogos noturnos Cabeção não era muito eficiente como nas partidas diurnas.
ABANDONAR O FUTEBOL E MONTAR UM BAR
O Corinthians tinha Gylmar um dos melhores goleiros do mundo e a notícia que o Corinthians emprestaria Cabeção para um time do interior não o agradou.
O Comercial havia se interessado e Cabeção não queria deixar a Capital dando uma declaração caso se concretizasse a notícia se afastaria do futebol e montaria um bar.
“CABEÇÃO FOI CONTRATADO
PELO COMERCIAL"
Essa foi a manchete do Diário da Manhã de 21 de julho de 1961. Contratado por empréstimo de cinco meses. “Essa contratação agitou o futebol do interior”, lembra Tadeu Ricci, na época jogador da base do Comercial.
“O empréstimo de cinco meses custara aos cofres do Leão 500 mil cruzeiros e o jogador quatrocentos mil pelo tempo que ficar no ‘Leão do Norte’, sendo 100 mil cruzeiros a vista e o restante em cinco divisões mensais, como luvas e ordenados incluídos. O jogador não poderia atuar contra o Corinthians” (Fonte DM de 21/7/1961).
COSTA COELHO LOTADO PARA A ESTREIA
Na apresentação, numa segunda-feira, o Estádio Costa Coelho recebeu um grande público para ver o jogador e o técnico Zezé Procópio já definia Cabeção como titular para a partida de domingo quando o Comercial recebia o Noroeste, jogo que terminou empatado em 1 a 1 para um domingo de festa um péssimo resultado. Cabeção jogou dois Come-Fogos: um empate e uma derrota. No 1º de outubro, o Corinthians pedia a volta do goleiro porque Gylmar estava de saída para o Santos.
RECONHECIMENTO
A sua passagem pelo alvinegro foi reverenciada pelos torcedores que lotaram o Estádio Costa Coelho naquele 25 de novembro de 1962 aplaudindo de pé e balançando a velha arquibancada e gritando o nome de seu nome.
Cabeção, hoje com 89 anos, foi mais um dos grandes goleiros que passaram pelos clubes da cidade, deixando o seu nome gravado na história do futebol de Ribeirão Preto.
Nessa série Grandes Goleiros o JV destaca a ousadia dos dirigentes da dupla Come-Fogo para trazer grandes goleiros que marcaram na história do futebol de Ribeirão Preto.
Raimundo Aguilera Solis, no futebol simplesmente Aguilera, goleiro paraguaio que fez história no futebol de Ribeirão Preto naquele timaço de Sócrates e Cia.
O torcedor ainda recorda daquele 31 de agosto de 1969 em jogo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, Maracanã lotado e as “Feras do Saldanha” precisava apenas de um empate contra o Paraguai para carimbar o passaporte para o México.
Aguilera numa atuação fantástica parava o ataque de Pelé e companheiros e num rebote do goleiro Pelé fazia 1 a 0 e o Brasil na Copa do Mundo de 1970.
Foi justamente pela Seleção Paraguaia onde atuou entre os anos 67 e 70 que Aguilera ganhou reconhecimento.
Ágil e com boa reposição de bola, Aguilera tem no seu currículo recordes por não sofrer gols, 1.019 minutos em 1967 e 1.018 em 1969 quase superando a sua própria marca.
Aguilera deixava o Club Guarani de Assunção em 1971 negociado com a Portuguesa por 79 mil dólares.
Aguilera na Portuguesa de Calegari
Aguilera chegou naquele timaço da Portuguesa, entre eles o ribeirão-pretano Calegari, participando da inauguração do Estádio do Canindé em 1972.
Na Lusa o goleiro ganhou a titularidade até sentir forte dores no joelho, mesmo numa tentativa de volta o goleiro optou pela cirurgia.
A triste notícia veio depois. As dores continuaram, contrato quase terminando, Aguilera pensou em abandonar o futebol.
Depois de duas cirurgias e na sua volta encontrou Zecão fechando o gol e a Portuguesa na reta final do Paulista de 1973. O jeito era deixar o clube e foi parar no Valência por empréstimo.
“El Arquero de América” no Botafogo
Foi quando Calegari informou Aguilera que o Botafogo precisava de um goleiro.
O então presidente Atílio Benedini conseguia junto à diretoria da Lusa o empréstimo praticamente de graça, Aguilera não só recuperou a forma como também voltou a ter alegria em jogar futebol, fazendo parte do inesquecível time de 1977 ao lado de Sócrates, Lorico, Zé Mário.
No Botafogo conquistou a Taça Cidade de São Paulo, no empate sem gol no Morumbi naquele 18 de maio de 1977.
Aguilera até hoje é lembrado como um dos grandes goleiros da história do clube, abandonou o futebol aos 34 anos depois de uma nova cirurgia no joelho.
O Jornal da Vila continua destacando a ousadia dos dirigentes da época em contratações, principalmente de grandes goleiros.
Na história do futebol da cidade, o primeiro goleiro estrangeiro a jogar em Ribeirão Preto foi o argentino de Mendoza, Luis Carlos Bonelli, em 1955, contratado pelo então presidente Belmácio Pousa Godinho.
Bonelli marcou, no gol do Leão, grandes defesas no Campeonato Paulista de 1955 e no início de 1956 chamando a atenção de grandes clubes no time do Comercial, comandado pelo Arthur Nextor, que tinha no ataque Mairiporã e Maneca.
Primeiro gesto de fair play do Brasil
Foi justamente num clássico da cidade naquele 13 de novembro de 1955 pela última rodada do Campeonato Paulista que o gesto de cordialidade ou politicamente correto ficou conhecido.
O goleiro argentino Bonelli chutou a bola para fora para que Neco, o atacante botafoguense pudesse ser atendido pelo médico do Botafogo.
Para a época e pela rivalidade foi uma cena inusitada que valeu vaias dos torcedores comercialinos ao goleiro argentino.
O Botafogo venceu por 4 a 2 em tarde inspirada de Brotero, autor de dois gols.
Cinco anos depois Garrincha no clássico carioca Botafogo e Fluminense poderia marcar o gol, mas preferiu chutar para fora para que Pinheiro (Fluminense) fosse atendido.
Mas o gesto de Bonelli ficou na história.
“Cessão de Bonelli e Maneca à pedido do São Paulo”
Essa era a manchete do dia 13 de março de 1956 do “Diário da Manhã”, o São Paulo FC pedia o empréstimo do goleiro argentino Bonelli e do atacante Maneca para as disputas do Torneio “Roberto Gomes Pedrosa”.
Numa reunião de diretoria do Comercial, o presidente Plínio de Castro Prado enviava um ofício liberando os jogadores depois de importante partida de domingo contra a Ferroviária que estava invicta.
Foi justamente o que aconteceu, no dia 25 de março de 1956: Bonelli era jogador do São Paulo.
O goleiro argentino Bonelli deixa o seu nome gravado na história do futebol da cidade como o primeiro goleiro estrangeiro a vestir a camisa dos clubes de Ribeirão Preto.
Da Série Grandes Goleiros que o JV mata saudade destacando atletas que vestiram as camisas 1 dos clubes de Ribeirão Preto e deixaram os seus nomes na história do futebol da cidade e do país.
Nessa edição destacamos Doniérberson Alexander Marangon, no mundo da bola Doni, goleiro que os dirigentes do Botafogo foram buscar na base do Paulista de Jundiaí.
Goleiro de boa estatura não demorou para se firmar como titular do tricolor figurando no time de 2001 vice-campeão paulista como principal campanha que o levou negociado para o Corinthians onde ficou até 2004, quando se transferiu para o Santos.
Do Botafogo Para o Mundo
Depois de deixar o Corinthians, Doni começou a sua trajetória dentro e fora do país.
Santos, Cruzeiro até que em 2005 foi contratado pelo Roma onde ficou até 2011, ano também que o goleiro se transferiu para o Liverpool, quando resolveu encerrar a carreira no Botafogo.
Campeão da Copa América
O goleiro Doni defendeu a Seleção Brasileira na Copa América de 2007 em que o time canarinho sagrou-se campeão ao vencer a Argentina por 3 a 0.
Foi o ano que o goleiro ficou no ranking dos melhores goleiros do mundo.
Doni também foi convocado para a Copa do Mundo de 2010 onde o Brasil acabou eliminado nas quartas de final ao perder de 2 a 1 para a Holanda.
Retorno à Velha Casa
Em 2013 deixava o futebol europeu para retornar onde tudo começou, o Botafogo de Ribeirão Preto, clube que o projetou para encerrar a carreira, mas de uma maneira triste.
Em entrevista Doni afirmava que estava encerrando a carreira de atleta profissional devido a uma arritmia cardíaca.
O goleiro será sempre lembrado pela torcida do Pantera como um dos grandes nomes que vestiram a camisa 1 do tricolor de Santa Cruz.
O JV encerra a série de grandes contratações de goleiros que vestiram as camisas da dupla Come-Fogo. O destaque é o folclórico goleiro Ortiz, argentino de Santa Fé, que ganhou destaque no futebol uruguaio e depois no Atlético Mineiro.
Extravagante no seu jeito de vestir e pelos cabelos longos presos por uma fita na testa. Com suas grandes atuações e cobrando algumas penalidades, com a camisa do Atlético, virou ídolo do Galo e projeção no futebol brasileiro.
Ortiz no Leão e Camisa Vermelha
No clássico contra o Cruzeiro foi acusado de “gaveteiro” e aí terminava a sua passagem pelo Atlético. Beneficiado com o passe livre, o diretor Galba Stênio Teixeira acertava sua contratação de graça para o Leão.
Em Ribeirão Preto virou ídolo pelo seu futebol e extravagância com sua figura vestindo o uniforme do alvinegro.
De gênio forte, Ortiz quis adotar a camisa vermelha, ideia logo descartada pelos dirigentes que lhe explicaram os motivos para não a usar.
“No Comercial, Ortiz não perdia uma penalidade nos treinamentos e treinava muito saída de bola com as mãos onde colocava no meio de campo, pneus de bicicleta e a bola. Caiam justamente no centro”, recorda o ex-presidente Breno Augusto Spinelli Martins.
“Ortiz desmotiva e pode deixar o Bafo”.
Essa foi a manchete do jornal “O Diário” no dia 2 de dezembro de 1978.
O jornal destacava que o goleiro estava desmotivado e podia rescindir o seu contrato com o clube.
O argentino Miguel Ângelo Ortiz, faleceu no dia 22 de julho de 1995, aos 48 anos, vitimado por uma cirrose e deixou o seu nome gravado no futebol da cidade.
Na foto de 1978, o torcedor do Bafo, Rogério Palareti, e Ortiz. Após defender o Galo, o goleiro argentino vestiu a camisa do Comercial de Ribeirão
Na história da bola de Ribeirão Preto dois técnicos argentinos fizeram histórias no futebol da cidade.
Nesse mergulho no tempo recordamos do argentino Carlos Martins Volante, como jogador atuava como meio de campo, há quem defende que a expressão volante como posição no futebol veio do seu nome.
Como jogador passou por vários clubes da Argentina, Itália e França; no futebol brasileiro se destacou com a camisa do Flamengo conquistando o tricampeonato.
De boleiro a treinador, Volante dirigiu (sem redundância), vários clubes do futebol brasileiro e entra na história da bola tupiniquim como o único treinador argentino a ter conquistado o título de campeão brasileiro.
Carlos Martins Volante chega a Ribeirão Preto contratado pelo Botafogo para dirigir o time para o campeonato paulista de 1959 realizando uma excelente campanha, deixando o tricolor na oitava posição no final da competição.
No ano seguinte a diretoria do Botafogo trocava a direção técnica do time dispensando Carlos Martins Volante por outro argentino, Jose Guillermo Agnelli, nome que virou lenda principalmente no futebol do interior.
Seu Agnelli, como era carinhosamente chamado, não só dirigiu os clubes de Ribeirão, mais que isso, adotou a cidade como sua terra natal, onde faleceu aos 86 anos.
Agnelli merece um capítulo à parte no Saudade FC pelo muito que representa, uma enciclopédia deixada de folclores, fatos sempre contados por ex-atletas, dirigentes e amigos que tiveram uma vivência com ele.
Carlos Volante e José Guillermo Agnelli dois argentinos que deixaram seus nomes na história do futebol da cidade.
O Saudade FC mergulha no tempo para lembrar do centroavante Nilton Rodarte, no mundo da bola Rodarte.
Rodarte começou jogando futebol de salão no Palmeiras até ser guindado para as categorias de base do alviverde até ser promovido ao time principal.
O bom futebol do jovem atacante acabou convocado para a Seleção Pré-Olímpica, em 1960.
O sucesso do atacante acabou negociado com Huracán, clube argentino, mas logo o Olaria foi buscá-lo para disputar o campeonato carioca.
Bom momento no futebol carioca
Nessa sua volta ao Brasil, em especial ao futebol do Rio de Janeiro, foi lembrado para a Seleção Carioca. Em 1962 Rodarte vestiu a camisa do Vasco da Gama, jogou muito com a camisa cruzmaltina chegando a ser sondado pelo futebol europeu, como o Napoli e Roma.
O sonho de jogar na Europa ficou para trás, acabou voltando ao futebol de São Paulo para defender o Juventus da Mooca, jogando ao lado de Jair Rosa Pinto e Luizinho.
Deixando a Rua Javari, Rodarte chega ao São Paulo em 1965 jogando na equipe do Morumbi ao lado de Bauer, Roberto Dias, Faustino e Pagão.
“Na ausência de Pelé, Rodarte comandou o Show”
Essa foi a manchete do jornal de Piracicaba na época. O XV de Piracicaba recebia o Santos numa quarta-feira à noite pelo Campeonato Paulista.
Foi a noite que Rodarte fez a alegria dos 4 mil torcedores e de quem acompanhou o vídeo-tape, (comum na época,) em que Pelé não esteve presente e pôde assistir ao show proporcionado pelo atacante do Nhô-Quim.
“O moço, sem estar na plenitude de sua forma atlética disputou um “partidão” colocando em polvorosa os “cobrões” do futebol brasileiro, Orlando, Mauro, Gilmar e Cia.” Fechava a Matéria.
Rodarte no Comercial
Depois de passagens rápidas pelo XV de Piracicaba e Francana, Rodarte desembarca em Ribeirão Preto para jogar no Comercial e fazer parte do inesquecível time de 1966 do Leão que quase chegou ao título paulista.
Rodarte também chegou a ser técnico interino da equipe leonina.
Vale lembrar que Rodarte participou do jogo de inauguração do Estádio Barão de Serra Negra, em 1965 entre XV e Palmeiras.
A foto mostra o Estádio Luiz Pereira no ano de 1955 e a arquibancada que ficava ao longo da Rua Epitácio Pessoa tomada pelos torcedores para acompanhar a presença do São Paulo FC em partida amistosa que tinha no elenco craques como Bauer, Poy, Canhoteiro e tantos outros.
Presença do São Paulo no Luiz Pereira – Alfredo, De Sordi, Poy, Turcão, Vitor e Bauer. Agachados: Bonelli, Roque (ex-Botafogo), Lanzoninho, Mairiporã, Dino Sani e Canhoteiro. Na pose para os jornais da época destacamos o garotinho Fernando Monteiro Rodrigues (hoje falecido).
Resgatando a memória da Vila Tibério e valorizando sua gente!
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