José Agnelli foi uma figura das mais conhecidas no futebol do interior de São Paulo. Os torcedores mais antigos o conheceram bem, outros já ouviram ou leram sobre ele. Para aqueles que não o conheceram e nem leram ou ouviram suas histórias, vale lembrar: era um técnico competente, dirigiu várias equipes paulistas, entre elas, XV de Piracicaba, Ferroviária, Botafogo e Comercial, esses dois últimos, várias vezes. Ao encerrar a carreira morou no Estádio Santa Cruz e na Casa dos Atletas do Botafogo.
NA FÉ...
Técnico de tiradas geniais, num jogo contra o Santos, José Agnelli reuniu os jogadores no vestiário e na preleção foi de um em um, explicando a cada jogador sua função naquela partida, mas pulou o quarto-zagueiro. Encerrada a preleção, todos a caminho do gramado, o zagueiro interpelou o treinador: “O senhor não me deu instrução”. Quem você vai marcar? - perguntou Agnelli. O zagueiro respondeu: “Pelé”. A instrução do velho e sábio técnico argentino foi simples e inusitada: “Que Deus lhe ajude”.
NO SONHO...
A forma de Agnelli tratar o fenômeno Pelé em suas preleções não era exagero. O Rei do Futebol causava pavor nos adversários, principalmente nos zagueiros. Tiri, lateral esquerdo de boa técnica, que muitas vezes jogou de zagueiro, antes de se tornar supervisor no Botafogo, passou por uma experiência única. Na véspera de um jogo contra o Santos, sonhou que estava marcando Pelé. Dormindo, chutou a cama e se contundiu. Tão grave que ficou fora da partida para a qual estava concentrado.