O médico Luiz Gaetani foi tão marcante no Botafogo que seu filho o substituiu no DM do clube. Dr. Gaetani era a voz dos técnicos nos jogos para reclamações e instruções. Com timbre e decibéis de fácil audição e identificação, sua fala era conhecida e respeitada pelos árbitros. Querido no esporte e fora dele por suas obras assistenciais, nem por isso escapou de insinuações nas brincadeiras dos jogadores: “Não vai ao Dr. Gaetani”, quando um deles precisava de cirurgia. Alusão ao grande número de jogadores que encerraram a carreira depois do procedimento cirúrgico.
Os dois heróis...
Num jogo do Botafogo no Estádio Santa Cruz o zagueiro Paulo sofreu um corte na região do supercílio. Era imprescindível que ele continuasse na partida, nesta hora era necessário um herói. O Botafogo teve dois: Dr. Luiz Gaetani, que, como médico de guerra, deitou o jogador atrás do gol à direita dos camarotes e, com assistência do massagista Sebinho “costurou” o local do corte, e o próprio Paulo, que, sem anestesia, resistiu às perfurações com a agulha cirúrgica para a aplicação de vários pontos, foram muitos, e voltou para o jogo como se nada houvesse acontecido.
O cartão para o árbitro...
Paulo, carinhosamente chamado de “Paulão” pelos colegas de elenco e amigos da imprensa, era um zagueiro de ótimas qualidades técnicas e porte físico invejável. Titular do Botafogo na década de 70, ele participou da chamada “Orquestra” em 1974 e foi contratado pelo Cruzeiro. No final de carreira atuou pelo Grêmio Catanduvense e lá protagonizou outra cena inusitada, que colocou Catanduva no Fantástico. Ao ser punido com o cartão, Paulo não concordou, pegou o cartão e mostrou para o apitador, como se estivesse expulsando o árbitro. A carreira terminou ali.