Só quem é insensato ou genocida não se sensibiliza nem se entristece com a perda de meio milhão de vidas em nosso país por covid-19. A dor com a tragédia que atinge a humanidade em todo o mundo aumenta quando os óbitos são de pessoas próximas de nós. Como a maioria, eu já perdi vários amigos dos tempos de adolescência e juventude, colegas de profissão e ídolos. Neste mês foi a vez de Antoninho, um dos maiores ídolos do Botafogo, que faleceu no dia 3 de junho, aos 82 anos. O querido “Pato Rouco”.
O artilheiro...
Antoninho era centroavante da “Máquina de fazer gols”, como era chamado pela imprensa paulistana o ataque do Botafogo de 1960: Zuino, Laerte, ANTONINHO, Henrique e Géo. Desta “Linha Mágica”, como foi denominada pelo jornalista Fernando Braga, apenas Henrique está vivo. Artilheiro do Campeonato Paulista, no meio do campeonato Antoninho foi vendido para a Fiorentina (Itália), maior transação da época. Depois de encerrar a carreira trabalhou como técnico no Japão e no próprio Botafogo.
O cidadão...
Antoninho protagonizou histórias fantásticas e engraçadas como jogador e técnico. Falar da trajetória do grande ídolo, apesar da grandeza profissional, torna-se pequeno perto do gigante que Benedicto Antônio Angeli era como ser humano. Pelo conteúdo, a educação, conversar com ele era uma delícia, um aprendizado. Os filhos Régis e Pétri, com quem convivi mais, são provas fiéis da família bem formada por Antoninho e Dona Marlene. Que Deus lhes dê força para assimilar a grande perda imposta pela pandemia.