Antoninho, centroavante do Botafogo nos anos 60, que faleceu no dia 3 de junho, aos 82 anos, o maior artilheiro da história do clube, protagonizou histórias fantásticas dentro e fora de campo. Uma das mais engraçadas foi com o técnico argentino José Agnelli durante a viagem do Botafogo a São Paulo para um jogo do Campeonato Paulista. Apesar de educado e com tom baixo para conversar, Antoninho era criativo nas brincadeiras para alegrar o ambiente ou provocar os colegas e até o técnico.
Música sem fim...
Na ida, Antoninho escolheu a música “Seu Bartolo tinha uma flauta” para cantarolar dentro do ônibus. Sentado em seu lugar ou andando pelo corredor, cantava a letra sem fim: “Bartolo tinha uma flauta / A flauta do seu Bartolo / Sua mãe sempre dizia / Toca a flauta seu Bartolo/ / Tinha uma flauta / A flauta do seu Bartolo / Sua mãe sempre dizia / Toca a flauta seu Bartolo... (E a música nunca terminava). Alguns riam, outros se irritavam, mas respeitavam a brincadeira. Agnelli, em silêncio, não se manifestava.
Sem gol, a vingança...
O grande artilheiro não fez gol e o Botafogo perdeu (1 a 0). Na volta, como fazia em todas as viagens, José Agnelli foi o último a entrar no ônibus. Com todos já acomodados, com seu delicioso portunhol, o técnico entrou cantando: “Bartolo tinha una flauta / La flauta do seu Bartolo / Su madre sempre dizia / Toca la flauta seu Bartolo... (E em frente o banco de Antoninho aumentou o tom e emendou) ...Seu Bartolo que não faz gol, La p... que los... par...”. Nem é preciso dizer que a gargalhada de todos quase explodiu o ônibus.