Resgatando a memória da Vila Tibério e valorizando sua gente!

Fernando Braga

Fernando Braga

Sexta, 14 Agosto 2020 17:50

Praça Coração de Maria abandonada

Quem passa pela Praça Coração de Maria sente o ar de abandono. Galhadas, lixo e até entulho fazem parte de cenário muito triste.

Além do abandono físico, a praça foi invadida por pessoas em situação de rua, muitas vindas da Praça Francisco Schmidt, e ali tomam banho, cozinham, lavam suas roupas, e também fazem suas necessidades fisiológicas.

“A praça acabou. A prefeitura não leva a galhada e aí tem gente que vem aqui jogar lixo. Pessoas estranhas habitam a praça. Não se pode mais nem dar uma volta”, lamenta Elaine Gomide da Silva, que mora há 32 anos no entorno da praça.

Além disso, a iluminação está falha, com muitos pontos escuros, causando problemas de segurança.

“A Praça está muito abandonada, a iluminação está péssima, está toda escura. O pessoal que mora na praça joga marmitex pelo chão. Armaram uma rede, fazem fogueira, tomam banho. Tem que pedir para o Daerp cortar a água, pois isto atrai gente de longe”, diz Carlos Alberto dos Santos, dono de bar há mais de 20 anos.

Muitas pessoas têm medo de cruzar a praça e preferem dar a volta.

“A praça está completamente abandonada, uma judiação. Espantaram os moradores da Baixada e eles vieram para cá”, reclama Ângelo Gustavo Santos, taxista há 16 anos.

Alguns olham carros e, entre eles têm algumas mulheres.

“Estacionei o carro na calçada da praça e um cara perguntou se podia olhar. Disse que não precisava, que voltaria logo. Quando cheguei vi que o carro estava cheio de riscos e o cara havia sumido”, conta José Gonçalves, que frequenta as missas, participa do coral e de atividades do Santuário.

Os moradores da Vila esperam uma solução por parte da Prefeitura.

Delu nasceu na Vila Tibério e deu aulas na Escola Sinhá Junqueira. Hoje, aos 89 anos, dedica-se à natação e cuida de sua horta

Maria de Lourdes Sampaio, conhecida como Delu, tem 89 anos. Nasceu em uma casa na rua Santos Dumont, na Vila Tibério Era filha de Francisco Sampaio Júnior e de Adelaide Zanello Sampaio. Fez Escola Normal no Santa Úrsula e lecionou na Escola Sinhá Junqueira, onde se aposentou. Aprendeu a nadar aos sete anos. Participou dos jogos abertos na juventude. Entrou no magistério e abandonou a piscina por 45 anos.

No final dos anos 90, seu irmão a viu nadar em Guarapari e a incentivou a voltar a competir. Se apresentou para a técnica e passou como sócia atleta da Recreativa.

Começou a progredir, bater recordes na sua categoria, ganhando centenas de medalhas e continua a competir. Treina por uma hora de segunda a sexta-feira. Participa de competições pela ABMN - Associação Brasileira Masters de Natação. Bateu o recorde mundial em 2015 nos 200 metros nado peito em piscina de 50 metros para a sua faixa etária. Foi casada com o tenor Hélio Gori. Morou na Itália por seis anos.

Gosta de se alimentar com comida saudável feita pela irmã, Deli Sampaio. No quintal do fundo de sua casa que ela tira grande parte dos próprios alimentos. Entre flores de diversas espécies, reserva um espaço para cuidar da horta onde cultiva legumes e verduras. É ali que passa as manhãs, cuidando das plantações.

 

Lourdes mostra que idade não é fator limitante

Maria de Lourdes Sampaio é nadadora da Recreativa e completa 90 anos neste 2020. É recordista mundial nos 200m peito na categoria de 85 a 89 anos, marca conquistada em 2015 e homologada pela Fina (Federação Internacional de Natação). Lourdes começou a nadar na casa dos 60 anos, os treinos se intensificaram e ela não parou mais, mostrando que nunca é tarde para recomeçar.

Atualmente reduziu na carga de treinamento. Ela intercala os treinos com o cultivo de sua horta, que ela diz equivaler quase à um treino de academia.

Ela já alcançou conquistas internacionais nos 50m crawl, 100m revezamento medley, 100m costas, mas revela que seu forte é nadar peito. Em uma das suas conquistas, neste ano, nadou com o pé luxado e nem percebeu.

Sexta, 14 Agosto 2020 17:09

Deli Sampaio, a pintora (2)

Adelaide Sampaio, de 87 anos, conhecida como Deli, nasceu e cresceu na Vila Tibério. Fez Normal no Santa Úrsula, mas queria mesmo estudar pintura. Depois, acabou cursando a Escola Nacional de Belas Artes e sempre trabalhou com pintura. Desacelerou recentemente.

Frequentou o famoso Atelier 1104 que era frequentado por Francisco Amêndola, Bassano Vaccarini, Divo Marino, Jaime Zeiger, Ulieno, Fernando Spíndola e muitos outros. Participou de muitos concursos de pintura.

 

As irmãs Sampaio

Uma é introspectiva e assunta bem antes de falar. A outra é tagarela. São as irmãs Sampaio. Deli não acredita em religião e “nessas coisas”. Lourdes crê em disco voador, ET, e vida após a morte: é espírita (esqueci de perguntar se ela acredita que o homem foi à Lua e se a Terra é plana). Podia ser uma dupla caipira, mas nem de longe pensem nelas como “sertanejas”. Elas são “de raiz”.

Deli me lembra dona Sara, uma senhora classuda, óleo sobre tela do século XVII, de Frans Hals, que está no Museu Gulbenkian, em Lisboa. Deli não tem nada a ver com a velha dama. Tem muito a ver com a coloração que Franz Hals deu às bochechas da judia. Mas a impressão logo se apaga: Hals força um pouco (foi muito bem pago), e o colorido das faces, se observamos bem, parece maquiagem camuflada. Deli é sutil. Ela não capta simplesmente o tom da carnação e as marcas da vida: vai além e elabora a naturalidade do rosto. Basta olhar o retrato da sua mãe, pintada cinco dias antes de ela morrer.

Mas Deli não fala sobre sua pintura. Não tem importância, Lourdes fala por ela. E do alto das suas mais de mil medalhas conquistadas em disputas de corrida e natação, garante: Deli é uma “gênia”. Bem, não foi assim que ela falou, mas é o jeito que entendemos o que ela pensa.

Fernando Braga, do Jornal da Vila, fica chateando Lourdes, que não se chateia e responde sobre torneios de natação e feitos atléticos. Ela prefere contar sobre o Ateliê 11-04, fundado e frequentado pelas duas na década de 1960. Então, vem uma torrente de recordações, sobre muitos mortos e uns poucos vivos. Elas, praticamente, são as duas últimas sobreviventes de um tempo em que havia vida inteligente em Ribeirão Preto.

Uma vez Lourdes viajou à Europa, dividindo quarto com um amigo gay (camas separadas, sem contato). Os dois, duros. De sanduíche em sanduíche viram museus e gentes. O problema foi que o rapaz só tinha um tênis, que precisava ser ventilado à noite. E fedia. Mas o garoto era um amor, ela diz, já não se fazem amizades como antigamente.

As irmãs Sampaio vivem em um paraíso. Não estou exagerando, é uma casa viva, planejada para “ser de artista”, com quadros e fotos cobrindo as paredes. Lourdes também pinta, e bem, mas prefere duvidar da sua arte, “faço porque gosto”. Lá fora, o jardim. Com cores que você verá pela primeira vez, juro pelo deus em que não acredito. Lourdes rouba mudas de plantas por onde passa e elas vicejam no seu jardinzão. Furta até flor de cemitério. Ela, que acredita em tudo, não tem medo das almas?

Se seu fosse indiscreto contaria muitas aventuras dessas irmãs serelepes. Ou sapecas. A vida de Lourdes na Itália, onde conheceu e casou com Hélio Gori (o tenor) – a maior alegria desse casamento foi comer arroz e feijão em Milão. Os aperreios de Deli estudando no Rio, há séculos atrás, que a fez deixar o curso na Escola Nacional de Belas Artes (acho que ela teve sorte, tomou outro rumo e hoje, é a grande pintora, cultivada por uns poucos que têm olhos de ver). E as vicissitudes das artes e da vida. As mortes dos amigos queridos.

Deli diz que não pinta mais. Está desiludida com os rumos da arte contemporânea. Nem é bom falar. Mas ela pinta, sim, ou vai pintar. É apenas dengosa. Já Lourdes aguarda o tempo para fazer um 360. Agora em 2020, aos 90, então, com mais quatro “velhinhas” poderá realizar o 360 (4 vezes 90): uma competição em que uma equipe de nonagenárias nada em conjunto. Ela é incansável: é a maior recordista brasileira de natação e possivelmente a maior do mundo. Não demora, estará no Guinness.

Deus nos acuda!

Júlio Chiavenato

Terça, 29 Dezembro 2020 13:11

Os 70 anos do 2º Cartório da Vila Tibério

O 2º Cartório Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais do 2º Subdistrito de Ribeirão Preto ou, como é popularmente chamado, Cartório da Vila Tibério, foi objeto de muita luta para sua implantação.

Hoje, 70 anos depois, o Oficial do Cartório é o Leonardo Munari de Lima, de 46 anos, que é formado em Direito e Administração de Empresas, e assumiu em 2007 por concurso.

Depois de implementar uma série de melhorias e agilizar o atendimento, o Cartório construiu um novo prédio na Rua Luiz da Cunha, ao lado da Regional Materiais Elétricos, onde está desde 2010.

Leonardo implantou“um sistema moderno, tipo poupatempo, com atendimento único e direcionado”.

O prédio, que tem uma área de 700 metros quadrados, é adequado para portadores de necessidades especiais e tem estacionamento na frente.

HISTÓRIA

O decreto para sua criação é de 1948 e foi assinado pelo então governador Adhemar de Barros, mas foi instalado somente em 1º de setembro de 1950, depois de muito trabalho de bastidores pelos vereadores e lideranças da Vila Tibério.

O 1º Oficial do Cartório foi Manoel de Almeida, em 1950. Com seu falecimento, assumiu sua esposa, Francisca Paes de Almeida, a Dona Chiquinha, que ficou, interinamente, até 1975. Neste mesmo ano assumiu Oscar Paes de Almeida Filho.

Em 1977 assumiu o 2º Oficial do Cartório, Sebastião Coutinho, que ficou até 1988. Depois Oscar Paes de Almeida Filho, interinamente, e ficou até 1992.

Em 1992, o cartório teve seu 3º Oficial, Carlos de Sylos, que ficou até 1994. Valdete Lacerda dos Santos comandou, interinamente, até sua aposentadoria, em 1998. 

De 1998 a 2001, Paulo Sérgio respondeu pelo Cartório e de 2001 a 2007, Oscar Paes de Almeida Filho foi designado para dirigir o 2º Cartório.

Em 2007, Leonardo Munari de Lima, após passar no concurso público específico, assume como o 4º Oficial do 2º Cartório.

O Cartório teve vários endereços, sempre na Dr. Loyola: começou no nº 780 (até 1969), foi para o nº 237 (até 1978) e depois disso no nº 445. Desde 2010 está na rua Luiz da Cunha, 669.

Sempre fazendo registros de nascimento, de casamento e de óbito, além de procurações, autenticações, reconhecimento de firmas, averbações e autenticação de livros mercantis.

Além do Oficial, o Cartório conta com 16 funcionários e um juiz de Paz, André Luiz da Silva, que faz casamentos há 34 anos. 

O sistema de registro era todo manuscrito até 1977, passou a ser datilografado até 94 e hoje é usado o sistema digital, com os dados armazenados em computador e os registros impressos diretamente nos livros oficiais.

Curiosidades

O registro de nascimento nº 1 do Cartório foi feito no dia 1º de setembro de 1950, em nome de Helenice Braghetto Trigo, filha de Asdrubal Trigo e de Luzia Braghetto Trigo.O primeiro registro de casamento foi feito no dia 20 de setembro de 1950, para o casal Elpídio Lopes e Áurea Honória Leite.

Histórias pitorescas

O noivo disse NÃO na hora da pergunta do Juiz e o irmão da noiva desferiu um cruzado de direita que jogou o noivo do outro lado da sala, quebrando uma mesa.

O noivo brincou e disse NÃO. O casamento não pode ser realizado naquele dia.

Na saída do casamento de um bombeiro tinha um caminhão pipa esperando. Noivos e padrinhos tomaram um banho espetacular.l Casamento na UTI do HC. Era a última vontade do paciente. Médicos e enfermeiros foram os padrinhos.l Pouco antes do casamento, o noivo foi comprar cigarros e desapareceu.

A história da luta pela implantação de uma academia de ginástica na Praça José Mortari começa em 2011, nas reuniões do Governo nos Bairros. Entre as reivindicações estava a “instalação de equipamentos de ginástica assim como a revitalização e arborização das praças da Vila Tibério”, com a presença dos conselheiros: André Luiz Bissoli, Dorotea Castigio, Fabrício Pina, Fernando Braga, Luiz Carlos Peruchi e Luiz Rodrigues de Souza. A história da luta pela implantação de uma academia de ginástica na Praça José Mortari começa em 2011, nas reuniões do Governo nos Bairros. Entre as reivindicações estava a “instalação de equipamentos de ginástica assim como a revitalização e arborização das praças da Vila Tibério”, com a presença dos conselheiros: André Luiz Bissoli, Dorotea Castigio, Fabrício Pina, Fernando Braga, Luiz Carlos Peruchi e Luiz Rodrigues de Souza.

Conseguimos a instalação de uma academia na Praça Coração de Maria e a promessa da reforma e instalação de equipamentos na Praça José Mortari, entre outras tantas reivindicações (que nunca saíram do papel). Isso no governo Dárcy Vera.

Em 2018, Graça Novais movimentou o PIC reivindicando a instalação da academia.

Em junho de 2019, a Câmara aprovou a liberação de verba de emenda do deputado federal Baleia Rossi de R$ 250 mil, conseguida pelo vereador Alessandro Maraca para implantação de oito academias ao ar livre em Ribeirão Preto.

Assim, a Praça José Mortari ganha sua academia. Berço do PIC, que nasceu em novembro de 1993, fruto do trabalho de livre-docência, que Iranilde José Messias Mendes apresentou em 1996 na Faculdade de Enfermagem da USP-RP, desenvolvido a partir de experiência com ginásticas para redução de fatores de riscos e de doenças crônico-degenerativas.

Semi-fechado por quase seis anos, o Círculo Operário de Vila Tibério sobreviveu na memória de grande parte da população tiberense e que, felizmente, foi reativado por um grupo de associados, liderados por Luiz Carlos Peruchi.

Segundo Reinaldo Berluzzi, o Pitiguara, de 82 anos, o Círculo começou a funcionar no final de 1944 ou no começo de 1945, como parte do Círculo Operário Ribeirãopretano (depois Campos Elíseos).

Ficou independente, com estatuto próprio, como Círculo Operário da Vila Tibério, em 27 de novembro de 1960. Oferecia assistência jurídica, médica, odontológica, farmacêutica, cursos, filmes, grupo de teatro e muitas opções de lazer, com destaque para as duas canchas de bocha. Sempre trabalhando pela paz, justiça, pela doutrina e moral do Evangelho, conforme o estatuto de fundação.

Mas, com os tempos modernos, houve um certo desinteresse pelo Círculo, que foi sendo desativado até chegar à situação de total abandono: ali somente as canchas de bocha ficaram conservadas.

Imbuídos por ideais humanitários, um grupo de moradores trabalhou intensamente para resgatar o Círculo Operário da Vila Tibério e suas finalidades. O grupo levantou a situação jurídica e financeira do Círculo. Descobriu que devia quase 50 mil reais. Fez várias reuniões, sempre contando com a presença do padre Júlio César Miranda, do Santuário Nossa Senhora do Rosário.

O padre Júlio foi nomeado administrador provisório depois de intercessão do arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Joviano, em 13 maio de 2008, quando a nova Diretoria tomou posse.

O nome da entidade foi mudado para Círculo dos Trabalhadores Cristãos de Vila Tibério para atender às exigências legais.

Depois de muita luta, com apoio moral e financeiro do presidente da Federação Estadual dos Círculos, Newton Zadra, foi reformado o prédio do Círculo Operário, que foi reinaugurado em outubro de 2009, e ainda continua a receber melhorias.

Atualmente, o Círculo tem diversas atividades para as pessoas da terceira idade, como danças, músicas e informática.

Círculo dos Trabalhadores Cristãos da Vila Tibério

Rua Dr. Loyola, 533, fone 3442-0647

facebook.com/circulovilatiberio

email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O Jornal da Vila entrevistou Fernando César Michelin e Madalena Gallucio, que contaram a história da Panificadora conhecida popularmente como Padaria da Mamãe:O Jornal da Vila entrevistou Fernando César Michelin e Madalena Gallucio, que contaram a história da Panificadora conhecida popularmente como Padaria da Mamãe:

No início dos anos 50, Roberto Michellin trabalhava como padeiro e confeiteiro na Padaria Modelo, da família Protti, que ficava na Rua Padre Feijó. As irmãs Galúccio também trabalhavam na padaria. Fernanda era balconista e Madalena embrulhava balas de coco, de nata e de outros sabores. 

Por volta de 1955, Roberto com os irmãos Anelo e Dosolina compraram da família Rivoiro, a padaria Santos Dumont, na esquina com a Epitácio Pessoa.

No começo dos anos 60, Roberto comprou o terreno na esquina da rua Bartolomeu de Gusmão com a Barão de Cotegipe. Começou a construir e em 1962 inaugurou a Padaria da Mamãe, homenageando as mães da Vila Tibério. Ele vendeu a padaria da Santos Dumont para o Toninho, do Supermercado Santo Antônio.

“A Padaria da Mamãe foi um sucesso. Às 5 horas da manhã já tinha gente, não esperávamos todo esse movimento”, diz Madalena.

Em 76 faleceu Roberto e as irmãs Fernanda e Madalena continuaram tocando a padaria. Em 82, o filho Fernando César Michelin, se formou em agronomia. Logo assumiu a padaria contando sempre com a ajuda da mãe e da tia.

Os pães foram assados no forno a lenha até 1985, quando a padaria adquiriu um forno elétrico.“Foram mais de 100 funcionários nesses 46 anos. Na minha época, tinha mais de 12 funcionários além da família. Tudo marcado nas cadernetas. O cliente que acertava dentro do mês ganhava uma rosca”, conta Fernando.

Era uma padaria com técnicas artesanais cuja qualidade se materializava na panificação e na confeitaria, com atendimento de primeira.

Entre as especialidades, eram feitos pães de torresmo, baguetinhos, pães de linguiça, bisnaguinhas, pães para hambúrguer e cachorro quente, sonhos, bolos, rocamboles, panetones, biscoitos, croissants e outras delícias.

“Era um tempo que as padarias tinham receitas próprias”, diz Fernando.

“Temos que agradecer a população da Vila Tibério, gente muito boa, que sempre prestigiou a Padaria da Mamãe”, diz Madalena.

Fernando fechou a padaria em 2005 quando os surgiram os supermercados vendendo pão com preços abaixo do custo.

Fernanda Galuccio Michelin faleceu em 2 de setembro de 2019.

“Lembrando que a saudosa Fernanda, depois que seu marido Roberto Michelin faleceu, continuou a luta com muita coragem e responsabilidade para preservar a Panificadora da Mamãe, que foi um importante ponto de referência na Vila Tibério”.Madalena Gallucio

Quarta, 04 Novembro 2020 12:57

A reforma da Maria-Fumaça

A locomotiva a vapor alemã Borsig, de 1912, que estava na praça Francisco Schmidt desde 1972, foi transportada no dia 18 de julho pela VFCJ Restaurações e Serviços (empresa que venceu a licitação) para reforma em Campinas.

No dia anterior, sexta-feira, funcionários da empresa retiraram uma enorme quantidade de cobertores, roupas, sapatos e centenas de isopor (marmitex). Depois limparam e desinfetaram a máquina e o vagão auxiliar. Todos os pontos de lubrificação receberam óleo, as braçagens foram destravadas, a chaminé foi desconectada para reduzir a altura para a viagem, deixando-a pronta para o embarque.

No sábado, o manuseio da locomotiva teve início logo cedo, com guinchos e caminhões especializados. O trânsito na Martinico Prado foi interrompido.
A locomotiva foi tombada provisoriamente pelo patrimônio histórico de Ribeirão e o projeto de restauração foi licitado em R$ 805 mil.

De acordo com o Executivo Municipal, a restauração conta na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e LOA (Lei Orçamentária Anual), aprovadas pelo Poder Legislativo. “Os mesmos recursos não podem ser utilizados para outras finalidades. Se utilizar [o recurso], por exemplo, em despesas de custeio na Saúde ou da Assistência Social é caracterizado desvio pela Lei de Responsabilidade Fiscal, configurando crime”, acrescenta.

O restauro da máquina será feito em Campinas e o edital prevê um ano (no máximo) para a composição voltar para a Praça Schmidt. No entanto, setores da Secretaria da Cultura querem a locomotiva no Parque Maurílio Biagi. Há também quem veja os Museus Municipal e do Café como o endereço certo para ela. Uma coisa é certa, na Praça Schmidt ela precisa ficar em local fechado.

O comboio, com a locomotiva e o vagão, saiu da praça por volta das 12h30 e chegou em Campinas no final do dia. Ela foi desembarcada com sucesso perto das 18 horas. Foi um evento, com vários entusiastas da ferrovia registrando o desembarque.

A VFCJ Restaurações e Serviços é um braço da Viação Férrea Campinas - Jaguariúna. Participaram da retirada da locomotiva: o diretor Hélio Gazetta Filho, o mecânico chefe Barroso, Eric, Alan, Paulo, Polli e Edson.

Moradores em situação de rua protestou: “tão levando nosso casa embora”. Todavia, muitas pessoas perguntaram sobre a restauração, o que vai ser feito, como ela vai ficar. A maioria gostou da notícia e ficou aliviada, pois por um tempo não será mais “esconderijo”. Acharam boa a notícia da restauração e de que no final do processo ela volta para Ribeirão.

Mas, circularam diversos boatos pela Vila Tibério e também nas redes sociais, como a de que a locomotiva havia sido doada para Campinas, que voltaria para fazer uma linha entre Ribeirão e Pitangueiras, ou ainda que faria a ligação da Praça Francisco Schmidt com o Museu do Café.

Sexta, 14 Agosto 2020 17:50

Praça Coração de Maria abandonada

Quem passa pela Praça Coração de Maria sente o ar de abandono. Galhadas, lixo e até entulho fazem parte de cenário muito triste.

Além do abandono físico, a praça foi invadida por pessoas em situação de rua, muitas vindas da Praça Francisco Schmidt, e ali tomam banho, cozinham, lavam suas roupas, e também fazem suas necessidades fisiológicas.

“A praça acabou. A prefeitura não leva a galhada e aí tem gente que vem aqui jogar lixo. Pessoas estranhas habitam a praça. Não se pode mais nem dar uma volta”, lamenta Elaine Gomide da Silva, que mora há 32 anos no entorno da praça.

Além disso, a iluminação está falha, com muitos pontos escuros, causando problemas de segurança.

“A Praça está muito abandonada, a iluminação está péssima, está toda escura. O pessoal que mora na praça joga marmitex pelo chão. Armaram uma rede, fazem fogueira, tomam banho. Tem que pedir para o Daerp cortar a água, pois isto atrai gente de longe”, diz Carlos Alberto dos Santos, dono de bar há mais de 20 anos.

Muitas pessoas têm medo de cruzar a praça e preferem dar a volta.

“A praça está completamente abandonada, uma judiação. Espantaram os moradores da Baixada e eles vieram para cá”, reclama Ângelo Gustavo Santos, taxista há 16 anos.

Alguns olham carros e, entre eles têm algumas mulheres.

“Estacionei o carro na calçada da praça e um cara perguntou se podia olhar. Disse que não precisava, que voltaria logo. Quando cheguei vi que o carro estava cheio de riscos e o cara havia sumido”, conta José Gonçalves, que frequenta as missas, participa do coral e de atividades do Santuário.

Os moradores da Vila esperam uma solução por parte da Prefeitura.

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