Resgatando a memória da Vila Tibério e valorizando sua gente!

Fernando Braga

Fernando Braga

Neste mergulho no tempo matamos saudade de um dos grandes goleiros que vestiram a camisa número um do Botafogo nos anos 60 e fizeram história no tricolor da Vila Tibério.

O Saudade FC vai ao encontro do futebol ontem para lembrar de Dirceu Hugo Da Ros, no mundo da bola simplesmente Dirceu.

Gaúcho de Gramado, Dirceu chegou em Ribeirão Preto em 1966 contratado junto ao América carioca para jogar no gol botafoguense numa época de ouro e grande craques como naquele timaço que tinha Eurico, Zé Carlos, Carlucci, Júlio Amaral, Veríssimo, Jairzinho, Mosquito, Quarentinha, Márcio e Dirceu.

Ou em outras formações do Botafogo com o excelente Roberto Rebouças, Sicupira, Paulo Leão. O Botafogo era dirigido por José Carlos Bauer.

Estréia com vitória contra o Santos

Dirceu fez a sua estréia no gol botafoguense com vitória de 2 a 1 naquela tarde de 25 de setembro de 1966 contra o Santos no Estádio Luiz Pereira. (veja ficha técnica abaixo)

O Santos que veio a Ribeirão Preto sem Pelé.

A jogada inesquecível que resultou num golaço

Dirceu recorda de um dos gols mais bonitos do futebol brasileiro depois de uma jogada maravilhosa num jogaço com direito a cinco gols naquele 5 a 4 contra o Santos na Vila Belmiro em 1967.

A jogada do Santos com o ponta Kaneco dando uma carretilha em Carlucci que resultou no gol de Toninho Guerreiro. Foi realmente uma jogada que raramente se vê hoje no futebol.

Dirceu presente na inauguração do Santa Cruz

O goleiro Dirceu esteve presente na festa de inauguração do Estádio Santa Cruz naquele 21 de janeiro de 1968 quando o Botafogo goleou a Seleção da Romênia por 6 a 2 com Dirceu; Zé Carlos (Eurico), Mendes, Roberto Rebouças e Carlucci; Roberto Pinto (Luiz Américo) e Márcio; Jairzinho, Sicupira, Paulo Leão e Totó - Técnico: Floreal Garro.

Dirceu na Galeria de Grandes Goleiros

Dirceu jogou no Botafogo de1966 a 1970 e hoje reside em Novo Hamburgo (RS) e deixou o nome gravado na história do tricolor como um dos grandes goleiros que vestiram a camisa um do Pantera.

 

BOTAFOGO 2 x SANTOS 1

Estádio “Luiz Pereira”, em Ribeirão Preto.

Data: 25/9/1966

Botafogo: Dirceu; Zé Carlos, Roberto, Vilela e Carlucci; Julio Amaral e Márcio; Jairzinho, Ferreirinha, Quarentinha e Paulo Leão.

Santos: Cláudio; Carlos Alberto, Oberdan, Haroldo e Geraldino; Zito e Mengálvio; Dorval, Toninho, Lima e Edu.

Gols: Lima (16/1ºT), Carlucci (pênalti, 34-1ºT) e Paulo Leão (23-2ºT).

Árbitro: Etelvino Rodrigues.

Renda: Cr$ 7.107.000 (3.000 pagantes).

O Saudade FC destaca nesta edição de outubro José Mário Crispim, o Zé Mário, ex-volante do Botafogo com passagens pelo Noroeste, Palmeiras, Santos, São Paulo, Uberlândia e Francana.

A história deste cracaço de bola começa quando a família deixa à Capital mudando-se para Ribeirão Preto.

Menino, o seu futebol começa despontar jogando na equipe amadora do Juventude Católica, observado e elogiado tentou a sorte no Comercial e como o clube não disputava nem uma competição amadora achou melhor tentar a sorte no arqui-inimigo.

Com 16 anos Zé Mário disputou o campeonato juvenil pelo Botafogo e logo o seu futebol foi reconhecido que o Noroeste o contratou levando a jovem promessa para Bauru.

Seleção Brasileira com título

No Norusca ele arrebentou ao ponto de ser convocado para a Seleção Brasileira de Juniores que acabou sagrando campeão Sul-americano no Chile em 1974.

Na volta o Noroeste não tinha recursos financeiros para segurar a jovem promessa e o interesse do Palmeiras facilitou a sua transferência para o Palestra Itália em janeiro de 1975.

Comparado a Ademir da Guia

O Palmeiras tinha Ademir da Guia e Zé Mário teve que esperar a vez de ser titular ainda com a missão de substituir o grande ídolo alviverde.

O seu futebol, seu porte físico e a sua maneira cadenciada de jogar lembrava o Divino da Guia. Zé Mário nunca fez uma avaliação sobre o caso, se ajudou ou atrapalhou a sua carreira.

No Palmeiras ficou de 1975 a 1980 fez 115 jogos e marcou 19 gols.

ZÉ Mário na Despedida de Pelé

Emprestado ao Santos, Zé Mário se orgulha de ter participado da partida de despedida de Pelé do futebol naquele 1º de outubro de 1977 nos Estados Unidos.

O jogo entre Cosmos e Santos, em Nova York, o Rei do Futebol se despedia sob olhares de mais de 75 mil pessoas entre elas Henry Kissinger e Muhammad Ali.

O meio de campo do Peixe era formado por Zé Mário e Ailton Lira, com Pelé jogando meio tempo pelo Santos no lugar de Ailton Lira no primeiro tempo da festa.

Um Descobridor de Talentos

Na última entrevista que me concedeu, Zé Mário lembrou com saudade e uma marca que permanece de felicidade quando levou o Botafogo ao acesso a Série B do Campeonato Brasileiro em 1996.

O trabalho deu bons frutos e recompensa financeira ao Tricolor que revelou jogadores como Japinha, Rogério, Rubens Cardoso, Claudinho, Lucas e tantos outros.

Zé Mário deixou uma bonita e rica história com merecimentos na sua trajetória no mundo bola.

Terça, 29 Dezembro 2020 14:13

Edson Mariano, o grande capitão

O Saudade FC destaca um dos grandes zagueiros que vestiu a camisa do Pantera. O nosso destaque desse mês de setembro é Edson Mariano da Silva, no futebol Edson Mariano.

Carioca começou a carreira nas categorias de base do Fluminense e em 1984 já estava no time principal guindado pelo técnico Carlos Alberto Parreira.

Recorda da emoção de ver o seu nome relacionado para uma excursão que o Fluminense faria ao Canadá.

Outra boa lembrança foi o título da Copa São Paulo de Juniores comandada pelo Ernesto Paulo, equipe que revelou jogadores como Robert, Ricardo Pinto, Donizete, João Santos e tantos outros.

Depois de uma passagem pelo Bahia, Edson Mariano volta ao Fluminense e no tricolor teve como companheiros Romerito, Washington, Paulinho Andreolli (depois o reencontraria no Botafogo), Jandir e Alexandre Torres.

Com a saída de Telê, também saí

Depois de passar por empréstimos pelo Bahia Edson Mariano estava de volta às Laranjeiras, na época que o Fluminense era dirigido pelo técnico Telê Santana.

A saída do mestre também colaborou para o zagueiro deixar o tricolor e aportar em outro tricolor, o Botafogo de Ribeirão Preto. 

No Botafogo Edson Mariano jogou naquele time de 1992: Palmieri, Leandro, Lucilo, Edson Mariano e Elias, Otávio, Valdeir e Paulinho Andreolli, Bira, Demétrius (Vidotti) e Claudinho (João Carlos).
Esse time ajudou a rechear os cofres do tricolor que negociou Leandro, Elias (Corinthians), Bira (Atlético MG), Gallo e Demétrio (Santos).

Edson Mariano, zagueiro clássico

Edson Mariano era como se denomina no futebol: um zagueiro clássico. Não dava chutão, não era faltoso, saia com facilidade para o jogo.

O seu companheiro de clube, o centroavante Demétrius fala de Mariano como um jogador limpo e excelente na bola parada – “naquele time do Botafogo Lucilo batia e Edson Mariano saia jogando”. Lembra o atacante.

Mariano chegou a trabalhar como treinador, mas cita o seu bom trabalho no Botafogo quando ajudou a montar a base que foi vice-campeã paulista em 2001.

Edson Marino hoje reside em Ribeirão Preto e deixou o seu nome na história do tricolor da Vila Tibério.

Tomografia

Nome: Edson Mariano da Silva

Posição: Zagueiro

Clubes que defendeu: Fluminense, Bahia, Noroeste, Botafogo, Grêmio, XV de Piracicaba, Ponte Preta, Inter de Limeira.

Hoje o Saudade FC  resgata a história de um dos bons goleiros  que vestiu a camisa titular do Botafogo durante seis anos, camisa que teve como dono nomes consagrados como o lendário Machado, Aguilera, Doni e tantos outros.Hoje o Saudade FC  resgata a história de um dos bons goleiros  que vestiu a camisa titular do Botafogo durante seis anos, camisa que teve como dono nomes consagrados como o lendário Machado, Aguilera, Doni e tantos outros.

O nome do camisa 1 é Celso Antônio Paschoalato,  no futebol ficou consagrado como Celso Cajuru.

Foi na categoria de  base do tricolor em 78 dirigido pelo técnico Macalé que Celso Cajuru começou despontar e chamar atenção do técnico da equipe profissional.

O ano é 1980 e o técnico Cláudio Garcia convocava pela primeira vez o garoto da base para ser reserva do goleiro titular Walter Dib.

Celso Cajuru recorda quando foi chamado para ser titular depois de uma contusão de Walter Dib, mas a efetivação na equipe profissional foi através do técnico Lori Sandri, um dos grandes treinadores que passou pelo Botafogo.

Estreia contra o Santos com Vitória

Reza a lenda que a primeira vez ninguém esquece. E Celso Cajuru  recorda da sua primeira vez como titular do Botafogo justamente contra o Santos no Estádio Santa Cruz pelo Campeonato Paulista de 1980.  “O Santos com um ataque jovem Nilton Batata, Claudinho, Pita e João Paulo e vencemos por 1 a 0”, recorda o goleiro.Proposta do Futebol EuropeuDepois de seis anos deixava o Botafogo com destino a Europa, precisamente Portugal, onde foi jogar no Farense que tinha como treinador o brasileiro Cláudio Garcia, ficando por quatro anos.

Na sua volta foi contratado pelo Náutico, depois passou pelo Paraná Clube onde sagrou-se campeão paranaense e conquistou o acesso à Série A do Brasileiro.

Celso Cajuru  ainda jogou pela Chapecoense e Atlético de Sorocaba encerrando a sua carreira em 1994.

Defesas Inesquecíveis

Não poderia faltar a pergunta sobre defesas inesquecíveis na trajetória do goleiro Celso Cajuru?“

Uma foi na partida entre Palmeiras e Botafogo no Parque Antártica, numa cabeçada do centroavante Reinaldo quase no fim do jogo que terminou zero a zero. A outra foi num Come-Fogo cabeçada certeira e difícil de Luiz Alberto”, recorda o goleiro.

Celso Cajuru foi consagrado pelas suas defesas duas vezes  o “Goleiro do Fantástico”

A dinastia Cajuru Continua

Se Celso Cajuru marcou a sua trajetória como goleiro profissional sempre com grandes atuações, quem segue o caminho do pai embaixo das traves é o seu filho Alexandre Cajuru que joga atualmente no CSA de Alagoas que disputa o Campeonato Brasileiro da Série B.

Nesse mergulho no tempo que fazemos mensalmente vamos de encontro há uma época que o futebol brasileiro vivia da genialidade de seus ponteiros direitos e esquerdos.
Não é preciso numerá-los pela quantidade e qualidade e nem é preciso viajar muito, por aqui mesmo uma lista de bons ponteiros, se me permite posso citar alguns como Zuino, Zé Mário, Paulo Cesar Camassuti e Piter.

Hoje falamos de Wilson Martins Coelho, no mundo da bola Piter. Ribeirãopretano de nascimento e se orgulha de ser um dos poucos filhos dessa terra que conquistou títulos memoráveis como o bicampeonato goiano pelo Goiás e campeão paulista pelo Corinthians em 1979 com grande atuação; autor das duas assistências que resultaram nos gols de Sócrates (o primeiro dele com a camisa do Corinthians) e Palhinha na final contra a Ponte Preta.

Sonho de ser Jogador de Futebol
O papo rola descontraído numa verdadeira resenha no Bar do Vadola, na Vila Tibério. Piter recorda o início de sua carreira nas categorias de base do Botafogo.
“Com 16 anos o técnico Paulo Leão me promoveu ao time profissional. Só tinha feras: Maritaca, Geraldão, Alexandre Bueno, Walter Tambaú, Sócrates e outras feras”, lembra o ponteiro.

Três anos depois Piter era negociado com o Goiás se consagrando com o bicampeonato goiano. Em 1978 chegava ao Corinthians e conquistava o título de 1979. Com a camisa alvinegra foram 83 jogos e 19 gols marcados.

“Piter alcançou um duplo sonho - de se tornar um jogador profissional e ainda jogar no Corinthians, para alegria do seu pai, um torcedor fanático do Timão”.

Porque Piter?
Papo de boleiro rende e a pergunta que não poderia faltar, porque Piter?

“Quem começou me chamar de Piter foi o meu amigo Waldemar Ferreira, em homenagem ao grande zagueiro Piter, ‘o Rocha Negra’, melhor marcador de Pelé. Carrego com orgulho esse apelido porque é uma figura humana fantástica e um dos melhores zagueiros do futebol brasileiro”.

Lesão no tendão fez deixar os gramados
Foi uma carreira vitoriosa que começou nas categorias de base Botafogo, Goiás (1975/76), Corinthians (1978/80), Náutico, em 81, no Internacional (RS), em 81 e 82, e no Santa Cruz, no Blumenau (SC) e no Marcílio Dias (SC), onde encerrou a carreira em 86. Com uma cirurgia no tendão, devido a uma séria lesão, o atacante dava adeus ao futebol.

Quarta, 04 Novembro 2020 12:40

Eurico: entre os melhores laterais do mundo

Na história dos grandes laterais do futebol mundial não podemos deixar de citar Eurico Pedro de Faria, no futebol. Mineiro de nascimento, ainda menino a família se transferiu para Ribeirão Preto.

E aí começava a sua trajetória no futebol nas categorias de base do Botafogo até ser promovido ao time titular em 1967 sob o comando de Armando Renganeschi, Eurico jogava ao lado de Roberto Rebouças, Carlucci, Roberto Pinto, Sicupira, Paulo Leão, um dos grandes times da história tricolor.

 

Do Botafogo para o Palmeiras
O futebol clássico, longe de laterais “butinudos” da época, o Palmeiras se interessou pelo lateral botafoguense que foi cedido por empréstimo, mas logo nos primeiros três meses o alviverde adquiriu o passe em definitivo.

O lateral era Djalma Santos que acabou negociado naquele ano de 1968 e Eurico ganhou a posição, onde jogou 467 partidas e marcou quatro gols.

No Palmeiras fez parte do famoso time denominado academia e da defesa até hoje lembrada pelos amantes do futebol: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca.
Eurico conquistou dois campeonatos paulistas, três brasileiros e conquistas internacionais como o Ramón de Carranza e Mar del Plata.

Depois da sua carreira vitoriosa no Palmeiras o lateral foi negociado com o Grêmio conquistando o campeonato gaúcho de 1977 sob o comando de Telê Santana.

 

Eurico na Seleção Brasileira
Na bonita carreira não poderia faltar a convocação para a Seleção Brasileira e com a camisa amarelinha conquistou a Copa Roca (1971) e Taça Independência (1972).

Eurico também fez parte da lista dos 40 atletas inscritos para a Copa do Mundo do México onde o Brasil conquistou o Tri, a Seleção que tinha como titulares Carlos Alberto e Zé Maria.

 

Era fácil marcar os pontas?
No quase final do nosso papo diário de bola perguntei quais os ponteiros que deram mais trabalho para marcar. Eurico logo abriu a lista com Paulo Cesar Caju, Edu, Paraná, João Paulo. Época de grandes ponteiros no futebol brasileiro, destacou.

Eurico recorda de um jogo no Estádio Luíz Pereira entre Botafogo e São Paulo, “Paraná, ponta do São Paulo, deu uma entrada violenta, o árbitro José Astolfe veio até mim e disse “pode dar nele que eu não te expulso, eu já conheço o jeito dele”.

Eurico aposentou no futebol em 1982 com uma carreira fantástica e uma história vitoriosa que será sempre lembrada por aqueles que gostam de futebol.

Ele é casado com Cristina, tem 4 filhos e 6 netos.

Terça, 05 Janeiro 2021 13:08

Pelé 80 e a dupla Come-Fogo

Pelé completou 80 anos no dia 23 de outubro. O pesquisador José Renato Sátiro Santiago Jr, num breve relato do histórico do Rei do Futebol contra 80 times brasileiros, elegeu o Botafogo como um dos que mais sofreram gols do Santos. Dos 28 jogos, o Santos ganhou 24 e alcançou a incrível marca de 100 gols, média de 3,6 por jogo. Pelé fez 40. O destaque estatístico, de triste memória para os botafoguenses, foi a goleada de 11 a 0, em 1964, quando Pelé marcou 8, batendo o recorde, até então, de maior número de gols marcados por um mesmo jogador em uma partida.

Vitória botafoguense...

Houve mais duas goleadas, 5 a 0 e 5 a 1, em 1965 e 1969, quatro gols de Pelé. Mas o Botafogo também venceu Pelé, só uma vez, em 1957. Vitória de 4 a 2, no Luiz Pereira, 13 dias antes de Pelé completar 17 anos e 3 meses depois de ele estrear no Campeonato Paulista. Era o 1º ano do Botafogo na Divisão Especial. Botafogo: Machado, Sula e Benedito Julião; Mário, Antônio Julião e Dicão; Arlof, Neco, Mairiporã, Moreno e Hélio. Santos: Manga, Mauro e Mourão; Fioti, Ramiro e Urubatão; Tite, Álvaro, Pagão, Pelé e Pepe. Gols de Mairiporã, Pagão, Hélio, Arlof, Tite e Moreno.

Verdades e lendas...

Até hoje historiadores escrevem que a goleada de 11 a 0, foi uma vingança de Pelé, que teria sido insultado por um torcedor no 1º turno, no Estádio Luiz Pereira, ao final da vitória do Botafogo (2 a 0). Muita gente contava que o autor dos insultos era Francisco Rubens Calil (Quico Calil), que depois, arrependido, teria contratado Pelé como garoto-propaganda de A Modelar (empresa de Quico) para se redimir. Alguns até juravam ter visto uma cusparada de Quico atingir Pelé, que, de mão espalmada, no gesto tradicional, dizia: “espera, no 2º turno vocês vão lá”. Lendas e verdades ilustram a história, Pelé nem participou do jogo do 1º turno.

FICHA TÉCNICA DO JOGO DO 1º TURNO EM 1964

Botafogo 2 x Santos 0.

Data: 6/9/1964.

Local: Estádio Luis Pereira, em Ribeirão Preto.

Botafogo: Machado; Ditinho, Egidio e Maciel; Hélio Vieira e Tiri; Zuíno, Alex, Antoninho, Adalberto e Gaze.

Santos: Gilmar; Ismael, Haroldo e Lima; Zito e Joel; Rossi, Mengálvio, Coutinho, Toninho e Pepe.

Gols: Adalberto e Alex.

Árbitro: Armando Marques.

Renda: Cr$ 6.092.800,00 (8.208 pagantes).

Segunda, 04 Janeiro 2021 13:06

Manoel Oliveira Costa

A história de Manoel se mistura com a história do Botafogo, nenhuma pode ser contada sem a outra. Durante uma década jogando com a camisa do tricolor de Ribeirão Preto, o zagueiro experimentou fases boas e ruins do clube, mas nunca esmoreceu, nem no amor ao clube nem na raça em campo, que era sua grande marca. Duas grandes equipes na década de 70 foram marcantes na trajetória de “Manelão”. A “Orquestra” de 1974 e a campeã da Taça Cidade de São Paulo, primeiro turno do Campeonato Paulista de 1977.

Imagem histórica...

Em 1977, Manoel foi o símbolo da imagem do Botafogo na capa do caderno de esportes do Jornal da Tarde, um dos mais importantes do país. Barbudo, em foto de página inteira, Manoel era a expressão colossal da grande conquista, no Morumbi. Não consegui o arquivo do Jornal da Tarde para reproduzir aqui. É provável que algum botafoguense tenha ou o próprio arquivo pessoal de Manoel guarde esta relíquia. Quem tiver, e puder nos enviar, ajudará a publicar a página do JT como homenagem ao histórico zagueiro do Botafogo, que faleceu no dia 13 de outubro, aos 75 anos.

Alzheimer no futebol...

Manoel Oliveira Costa, nome completo do zagueiro botafoguense, estava com Alzheimer, doença que atinge muitos ex-jogadores de futebol e, com a morte de Bellini, titular do Vasco, São Paulo e Seleção Brasileira na Copa de 58, provocou um debate importante na ciência médica. Bellini estava sendo tratado como Alzheimer, mas um estudo feito no seu cérebro depois da morte concluiu que o problema dele era lesão no cérebro por cabecear muitas vezes a bola. Não pelo impacto da bola, mas pela batida do cérebro na parede craniana com o movimento para o cabeceio.

 

Terça, 29 Dezembro 2020 14:09

Semana da Pátria e Sub-90

Mais um ano se passou, mais um ano de convivência com esta figura maravilhosa e importante na história do Botafogo e da comunidade ribeirão-pretana. Em setembro de 2019 escrevi que a primeira semana de setembro tem ligação histórica com Botafogo, Ribeirão Preto e Minas Gerais, porque há três datas significativas a comemorar: Dia da Independência (7/9/1822), estreia do Botafogo no Campeonato Brasileiro no Mineirão contra o Cruzeiro (4/9/1976) e nascimento de Henrique Salles (5/9/1936).

Camisa 10...

Nascido em Carangola-MG por circunstância, mas filho de Ubá-MG, Henrique Salles foi o camisa 10 do Botafogo de 1960, que tinha o ataque com Zuíno, Laerte, Antoninho, HENRIQUE e Géo, que o jornalista Fernando Braga, do Jornal da Vila, chamou de “Linha Mágica”, o mais eficaz da história tricolor. É também um dos mais importantes dirigentes do futebol de Ribeirão Preto, responsável por organizar o futebol do Botafogo no acesso para a elite nacional em 1998 e na conquista da Série A3 em 2006.

Odontologia..

.Henrique foi selecionado por Aymoré Moreira para a Seleção Brasileira que seria reformulada após a Copa de 62. Brilhou no futebol e na odontologia, participou de projetos de grande importância social. Aliás, desenvolveu um trabalho - “Odontologia Aplicada ao Esporte” - de alto nível. Conseguiu montar consultório sem custos no Botafogo, mas o equipamento deteriorou por desleixo dos cartolas. Henrique brinca que é “Sub-90”. A ele devemos reverenciar e agradecer hoje, nos seus 84 anos, e sempre.

CARLOS ORLANDI

No dia 15 de setembro faleceu, aos 80 anos, um dos maiores ícones do rádio de Ribeirão Preto: Carlos Orlandi. Após um AVC, cinco anos atrás, Orlandi teve trajetória saudável ao lado dos familiares, mas limitado por uma cadeira de rodas, contrastando com seu dinamismo que sempre caracterizou sua vida profissional. Semana passada contraiu pneumonia e, internado, aguardou o resultado do teste da covid-19, que deu negativo. Receberia alta na segunda-feira, mas houve uma piora e faleceu na terça-feira.

Pioneiro na TV...

Além do rádio, Orlandi integrou a equipe da primeira emissora de TV instalada em Ribeirão Preto, uma afiliada da TV Tupi, no final da década de 50 até 1963. Quando cheguei a Ribeirão Preto, em 1971, ele estava realizando suas últimas transmissões, trocava o microfone pelo Departamento Comercial da Rádio 79. Como repórter era temido pelos concorrentes porque não titubeava em aplicar um golpe de mestre para obter matérias exclusivas. O que lhe rendeu muitos furos, mas também “inimizades”.

Ousadia e criatividade...

O “Off-Tube” (locutor no estúdio, vendo o jogo pela TV) hoje é recurso para diminuir custos, naquela época era por falta de tecnologia, houve até transmissão sem ver o jogo. O Comercial jogava numa cidade onde instalar linhas era inviável. Carlos Orlandi e o narrador (Pedro Giacomini ou Moraes Neto) usaram um telefone emprestado na cidade vizinha. Orlandi, de cima do telhado, para ouvir a transmissão da rádio local, dava sinal para o narrador, que, ao telefone dentro da casa, criava os lances baseando-se nos sinais recebidos. Ginástica que garantiu exclusividade. O “rádio do céu” ganha grande reforço.

Domingo, 27 Dezembro 2020 14:23

Nossos ídolos na final

A final do Paulistão deste ano entre Corinthians e Palmeiras me fez recordar os bons tempos em que Ribeirão Preto fornecia jogadores às grandes equipes do futebol brasileiro. Dois deles escreveram seus nomes na grande decisão Palmeiras x Corinthians em 1974, Palmeiras campeão. No primeiro jogo da final o lateral-direito do Palmeiras foi Eurico (ex-Botafogo), que não pode jogar no segundo jogo e foi substituído por Jair Gonçalves (ex-Comercial), que cruzou a bola para Leivinha ajeitar de cabeça e Ronaldo marcar o gol do título. 

Eurico...

Titular sete anos na Academia do Palmeiras, sucessor de Djalma Santos, e sete anos no Grêmio, Eurico foi revelado pelo Botafogo. Campeão paulista também em 1972, brasileiro em 1969, 1972 e 1973 pelo Palmeiras, campeão da Copa Roca e Taça Independência pela Seleção Brasileira e no Grêmio, além de campeão em 1977, Eurico é titular do time dos sonhos em todas as pesquisas de melhor time de todos os tempos. Machado, histórico goleiro do Botafogo, contava que um garoto chorava depois de um treino com a possibilidade de ter que voltar para casa sem ser aprovado. Era Eurico, que, confortado pelo goleiro, permaneceu no Botafogo.

Sonhos juvenis...

O radialista Helton Pimenta, bom de bola, numa excursão do Botafogo completava o time reserva nos treinos e via o jovem iniciante Eurico, ao seu lado, matar a bola no peito e sussurrar: “Roberto Dias!”. Verdades ou lendas, os sonhos de juventude, contados por Machado e Helton, fizeram de Eurico um profissional tão importante no Palmeiras e no Grêmio como foi seu ídolo Roberto Dias no São Paulo. Outros jogadores que saíram de Ribeirão Preto marcaram seus nomes nas decisões Corinthians x Palmeiras. Em 1974, Leão (ex-Comercial) pelo Palmeiras e Zé Roberto (ex- Botafogo) pelo Corinthians. Em 1993, Leandro Silva (ex- Botafogo) pelo Corinthians. Em 1999, Jackson (ex-Comercial) pelo Palmeiras.

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