Apesar de estarmos no século da mais avançada tecnologia e de novas teorias sobre tudo, onde o que ontem era certo hoje é errado e vice-versa, ainda existem mistérios no mundo que o homem não conseguiu explicar de forma racional. A maior parte são meras teorias aceitas por uns e refutadas por outros.
Até hoje uma das culturas que mais chama a atenção é a Inca. Construções como templos, monumentos e cidades intrigantes, continuam sendo mistérios sem uma explicação lógica sobre esta civilização. E dela faz parte uma das grandes atrações turísticas do mundo, o santuário sagrado de Machu Pichu, antiga cidade Inca que fica a 2.045m de altitude no Peru.
Mas, como surgiu essa fantástica civilização? Uma lenda antiga conta que os filhos do Sol, Manco Capac e Mamma Ocilo saíram do fundo do Lago Titicaca e, obedecendo uma ordem do pai, com a missão de fundar um novo império. Assim, partiram rumo ao norte a procura de um lugar ideal para plantar a semente de uma nova civilização.
Para isto, eles levavam um bastão de ouro que de tempos em tempos, fincavam na terra. Se o mesmo se firmasse no chão, era o aviso de que ali era um lugar abençoado mas, se caísse, deveriam continuar com a busca. Depois de caminharem por cerca de 400 quilômetros, o bastão finalmente encontrou a terra sagrada em Cusco, que seria a capital do Império Inca. Isto é apenas uma lenda e, como sempre, dentro da mesma tem sempre um fundo de verdade. Historicamente Manco Capac era bem real, pois ele fazia parte de uma família do vale de Cusco e é tido como fundador do Império Inca.
A civilização Inca tem cerca de dois mil anos antes da Egípcia e quase nada foi deixado de forma escrita sobre ela. Antes de ser dizimada pelos conquistadores espanhóis em 1532, liderado pelo ganancioso e traiçoeiro Francisco Pizarro, este Império contava com eficiente sistema de estradas que conduzia a todos seus mistérios, cruzando os despenhadeiros dos Andes através de pontes pênseis.
Os Incas desenvolveram uma sofisticada técnica de moldagem de ouro e prata e de alguns outros metais. Algumas das peças descobertas se encontram espalhadas nos museus de Lima. Mas, acredita-se que existiam ou existem muito mais, algumas podem ainda estar enterradas juntamente com suas múmias ou simplesmente "sumiram". É muito estranho que apenas um único bracelete de ouro tenha sido encontrado no santuário sagrado de Machu Pichu.
Mas, o mistério de tesouros ali enterrados vai muito mais além. Machu Pichu, antigo centro religioso e de estudos astronômicos, era habitado por 400 sacerdotes e sacerdotisas. Pesquisada desde 1911, foi redescoberta pelo norte-americano Hiram Bingham, quando vasculhava montanhas do vale do rio Urubamba, Bingham encontrou as ruínas de Machu Picchu com a ajuda de um homem e um menino da região.
Oficialmente sua “descoberta” resultou em uma série de artigos e até um livro, mas, infelizmente também criou uma rota de contrabando de relíquias do império. A apropriação de milhares de peças, como estátuas, cerâmicas, joias e até restos mortais por parte de Bingham e que foram levadas para os Estados Unidos, virou uma longa batalha judicial entre o Peru e a Universidade de Yale para a devolução das mesmas. Esse “imbróglio” terminou em 2010 com os Estados Unidos devolvendo ao Peru grande parte das peças.
Bem, ainda hoje, existem dúvidas se o lugar era mesmo uma capital religiosa, um centro residencial ou uma fortaleza. O certo é que dispunha de templos, palácios, bairros residenciais e até banheiros. Além de um excelente sistema de irrigação, as construções dão a imagem de arrojadas concepções espaciais. Calcula-se que, para sua construção, foi necessária a ajuda de 5.000 homens num trabalho que durou cerca de 100 anos, provavelmente entre 1.350 e 1450.
Ali também foram encontrados 164 restos de corpos mumificados, na maioria de mulheres, sendo que vários deles tinham o crânio perfurado, fato que revela que os Incas tinham conhecimentos rudimentares de cirurgias cerebrais. Outra curiosidade é o fato de que toda construção de Machu Picchu foi feita pelos Incas à prova de terremoto. Dizem que quando um terremoto mexe a terra, as pedras de Machu Picchu dançam. Será?
A história do Império Inca é fascinante. Ela revela que eles eram construtores excepcionais, estudavam os astros e conheciam a técnica de embalsamento. Antes mesmo dos Incas, cerca de 1500 anos antes de Cristo, outras duas civilizações passaram pelo Peru: a dos Chavin e a dos Paracas, que deixaram como legado centenas de múmias em extraordinário estado de conservação. Mas, esta técnica data de 5000 anos antes de Cristo e seus precursores foram os componentes de uma tribo andina chamada Chinchorros e assim sendo, seriam as múmias mais antigas do mundo.
Outro dado interessante nessa história é o fato que Pizarro, mesmo destruindo a população local, saquear grande parte da riqueza do reino Inca e destruir a maior parte dos templos e propriedades por onde passava, não descobriu Machu Pichu, considerada a “cidadela perdida”.
Como e porque Machu Pichu foi abandonada pela população, até hoje não se sabe. Alguns pesquisadores acreditam que foi por causa de alguma doença. A visitação pública do local foi aberta em 1948. Em 1983 a UNESCO declarou Machu Pichu como Patrimônio Mundial da Humanidade e, em 2007, em uma votação mundial foi eleita como uma das 7 Novas Maravilhas do Mundo.
Se você tem intenção de visitar este fantástico lugar místico e considerado sagrado, prepare o fôlego. Não é nada fácil enfrentar a caminhada, a altura e o ar rarefeito. Então, talvez ali você vá encontrar toda a plenitude e o misticismo da cidadela sagrada de Machu Pichu.
O Peru também é o responsável por mais um dos mistérios com várias explicações: as fantásticas Linhas de Nasca, existentes numa região árida perto da costa. São vários desenhos que podem apenas serem vistos do alto, entre eles um macaco de 90 metros, um lagarto de 180 metros de extensão, um condor cuja abertura das asas tem 130 metros, um beija-flor de enorme dimensão, além de várias figuras geométricas. São desenhos que guardam mistérios inexplicáveis e, até hoje, não decifrados. Mas, esta história conto depois.